Ucrânia: 35 pessoas estão desaparecidas após inundação por rompimento de barragem
Um total de 3.700 pessoas foram evacuadas de suas casas nas regiões afetadas
Ao menos 35 pessoas, incluindo sete crianças, ainda estão desaparecidas no sul da Ucrânia até este domingo após a inundação devastadora resultante do rompimento da barragem de Kakhovka, em região controlada pela Rússia, ao longo da linha de frente na região de Kherson, no último dia 6. A tragédia forçou milhares de ucranianos a fugir e provocou temores de desastres humanitários e ambientais.
A Ucrânia acusa a Rússia de explodir a barragem no rio Dnipro, enquanto Moscou diz que Kiev atirou contra a estrutura. O ministro do Interior ucraniano, Igor Klymenko, disse que 77 cidades e vilas foram inundadas nas regiões do sul de Kherson e Mykolaiv.
Como resultado da enchente, cinco pessoas morreram na região de Kherson e uma pessoa morreu na região de Mykolaiv, disse ele. Um total de 3.700 pessoas foram evacuadas de suas casas nas duas regiões, acrescentou o ministro em comunicado. Na cidade de Kherson, o maior centro populacional próximo à represa, a água começou a baixar, e os moradores começaram a voltar para suas casas para avaliar os danos, disse um correspondente da AFP no local.
Equipes de resgate ucranianas em barcos continuam seus esforços para evacuar as pessoas das áreas mais afetadas da cidade e das ilhas próximas. Funcionária da agência meteorológica de Kherson, Lora Musiyan disse que o nível da água caiu 1,7 metros em relação às medições de pico registradas no início desta semana.
O comerciante Oleksiy Gesin visitou sua mercearia no centro de Kherson pela primeira vez em seis dias. Usando uma pá, botas de borracha e jaqueta, ele limpou os escombros ainda sob uma chuva torrencial. Gesin disse que sofreu perdas "significativas".
Leia também
• Ucrânia: 35 pessoas estão desaparecidas após inundação por rompimento de barragem
• Fortes chuvas em Cuba deixam um morto e inúmeros danos materiais
• Funcionário da OMS morre em ataque na Somália
— A água do armazém chegava no meu peito — disse à AFP, acrescentando que a comida do local terá de ser descartada.
'Muito complicado'
O procurador-geral ucraniano Andriy Kostin e representantes do Tribunal Penal Internacional visitaram a região de Kherson.
"Esta é a pior catástrofe ambiental desde Chernobyl, então estamos investigando não apenas um crime de guerra, mas também um ecocídio", disse Kostin em um comunicado. "A situação é muito complicada."
Ele observou que várias instalações "perigosas", incluindo pelo menos três cemitérios, terminais de armazenamento de petróleo e depósitos de lixo, foram inundadas. Um total de 450 toneladas de óleo de turbina foi derramado nas águas do Dnipro e do Mar Negro, disse ele. Mais de 170 promotores estão investigando o rompimento da barragem.
"Nossos colegas do Tribunal Penal Internacional também estão conosco", disse ele.