Ucrânia admite avanço lento de contraofensiva, mas descarta negociar com russos
Avanço anunciado foi de apenas 1,7 km em direção à cidade de Melitopol; Kiev nega pressão de aliados ocidentais por resultados
A Ucrânia admitiu nesta sexta-feira que sua contraofensiva para recuperar os territórios conquistados pela Rússia no sul e no leste do país está progredindo lentamente em meio a batalhas ferozes, com um avanço de apenas 1,7 km em direção à cidade de Melitopol, segundo as autoridades ucranianas, que, no entanto, descartaram qualquer negociação com os russos enquanto a invasão continuar.
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— [A contraofensiva] não avança tão rapidamente neste momento — disse à imprensa o chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andrii Yermak, admitindo a dificuldade dos combates. — Se tivermos que dizer que algo está errado, diremos. Não tentaremos embelezá-lo.
No entanto, Yermak, considerado o principal assessor do presidente Volodymyr Zelensky, reiterou que a Ucrânia descarta a abertura de qualquer negociação de paz enquanto houver tropas russas em seu território.
— Pensar nessas negociações só é possível depois que as tropas russas deixarem nosso território — declarou. — Todos entendem que não vamos conversar com os russos [antes disso].
Ele também negou que os aliados ocidentais estejam pressionando a Ucrânia, que enfrenta uma invasão russa desde fevereiro de 2022.
— Não há qualquer pressão. Eles apenas nos perguntam: “De que outra forma podemos ajudá-los?” — afirmou.
Os combates na linha de frente da guerra na Ucrânia continuam a cobrar um alto preço em munições e vidas. Além de enfrentar o poderoso Exército russo, o país luta também contra o terreno, enquanto tenta emplacar uma esperada contraofensiva. Quatro semanas depois de lançar o esforço militar pré-anunciado para este verão do Hemisfério Norte, Kiev fez pouco progresso em direção a uma de suas principais linhas de ataque no sul do país.
O prolongamento da guerra já causa uma série de problemas logísticos para Kiev. Financiadores independentes que enviaram dinheiro e suprimentos para os batalhões na linha de frente no primeiro ano de guerra começam a diminuir os repasses.
Da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), principal fornecedor de tecnologia militar para o lado ucraniano, a capacidade de produção de munições e armamentos — consumidos em um ritmo frenético no front — forçou os Estados Unidos, de acordo com a Casa Branca, a autorizar o envio de bombas de fragmentação, proibidos em mais de 100 países, para evitar que Kiev ficasse desmuniciada.