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Ucrânia anuncia operação na Crimeia anexada

A inteligência ucraniana reivindicou a responsabilidade pela destruição de um sistema de mísseis terra-ar na mesma área

Presidente ucraniano, Volodymyr ZelenskyPresidente ucraniano, Volodymyr Zelensky - Foto: Nikolay Doychinov / AFP

A Ucrânia afirmou nesta quinta-feira (24) que realizou uma operação na Crimeia, península anexada pela Rússia em 2014 e considerada pelo Kremlin como um reduto, uma ação simbólica no Dia da Independência.

"O inimigo sofreu perdas entre os seus homens, e equipamentos foram destruídos. E a bandeira nacional tremulou novamente na Crimeia ucraniana", disse a Inteligência militar ucraniana no Telegram.

A fonte não especificou as missões destas unidades das forças especiais, mas destacou que chegaram por mar, desembarcando nas localidades de Olenivka e Mayak, no oeste da península, antes de partirem "sem baixas".

"Todos os objetivos e tarefas foram cumpridos. Ao final da operação especial, os defensores ucranianos deixaram o local sem perdas", afirmou a inteligência militar ucraniana, que não costumar comentar publicamente as operações em territórios ocupados.

Na véspera, a inteligência ucraniana reivindicou a responsabilidade pela destruição de um sistema de mísseis terra-ar na mesma área.

A Ucrânia prometeu libertar todo o seu território ocupado pela Rússia desde a invasão de fevereiro de 2022, assim como a Crimeia, anexada em 2014.

A operação e a exigência do hasteamento da bandeira ucraniana na península adquiriram um aspecto simbólico por ter ocorrido no Dia da Independência da Ucrânia.

"Povo livre"
"Com Olena (esposa do chefe de Estado, NR) honramos a memória dos defensores que morreram em combate por nosso país", disse o presidente Volodimir Zelensky no Telegram, depois de visitar a catedral de Santa Sofia, no centro de Kiev.

O presidente ucraniano, com a esposa Olena, depositou flores em frente a um muro com retratos de soldados mortos no front.

"Lembramos de todos aqueles que deram as suas vidas pela liberdade e independência, pelo futuro livre da Ucrânia", declarou o presidente, instando os seus cidadãos "a não perderem a confiança nestes tempos difíceis".

Neste ano, o Dia da Independência da Ucrânia acontece 18 meses após o início da invasão da ex-república soviética pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022, contra a qual Kiev lançou uma contraofensiva em junho.

"A festa de um povo livre. A festa de pessoas fortes. A festa de pessoas dignas. A festa de pessoas iguais", disse Zelensky em comunicado.

Na manhã desta quinta-feira, moradores de Kiev caminharam pela avenida Khreshchatyk, principal via de Kiev, alguns tirando fotos com tanques russos expostos e outros vestindo as famosas "vyshyvanka", camisas largas bordadas que se tornaram um símbolo de unidade nacional contra invasões.

Dez feridos em Dnipro
O clima de festa contrastava com a realidade dos combates, centenas de quilômetros a leste e a sul de Kiev.

Na cidade de Dnipro, no centro-leste do país, um bombardeio deixou pelo menos dez feridos, dos quais três foram hospitalizados, informou o governador regional, Serguii Lisak.

Lisak publicou diversas fotos no Telegram com prédios destruídos, janelas quebradas e escombros no chão.

Mais a sul, em Kherson, uma cidade retomada em novembro pelo exército ucraniano mas que continua a ser alvo frequente do fogo russo, uma menina de sete anos foi ferida "nas costas, braços e pernas" em um bombardeio "no centro da cidade", disse o governador regional, Oleksander Prokudin.

Nesta quinta-feira, a DTEK, operadora privada de eletricidade, denunciou um bombardeio russo contra uma de suas usinas termelétricas que, segundo a empresa, já havia sido alvo de outros ataques de Moscou.

No plano diplomático, a Noruega fornecerá à Ucrânia caças F-16, anunciou a imprensa norueguesa.

No fim de semana passado, Holanda e Dinamarca anunciaram que também entregarão essas aeronaves a Kiev.

Depois de ter visitado vários países europeus, o presidente ucraniano recebeu nesta quinta-feira o seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, na capital.

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