Protesto

Ucrânia considera bloqueio da fronteira com a Polônia uma "ameaça à segurança"

Caminhoneiros e agricultores poloneses protestam há várias semanas contra a entrada de caminhões de carga ucranianos

Ministro ucraniano das Infraestruturas, Oleksandr KubrakovMinistro ucraniano das Infraestruturas, Oleksandr Kubrakov - Foto: Jennifer Jacquemart / European Union

O ministro ucraniano das Infraestruturas, Oleksandr Kubrakov, declarou nesta segunda-feira (19) que o bloqueio da fronteira por um protesto de agricultores poloneses é uma "ameaça direta à segurança" do país.

Caminhoneiros e agricultores poloneses protestam há várias semanas contra a entrada de caminhões de carga ucranianos, pois consideram que os produtores deste país representam uma concorrência desleal por seus preços reduzidos.

"Bloquear a fronteira é uma ameaça direta à segurança de um país que está se defendendo. Este tipo de ação tem um impacto negativo na nossa luta contra o inimigo comum chamado Rússia", afirmou Kubrakov em um comunicado publicado no Facebook, poucos dias antes do segundo aniversário do início da invasão russa contra a ex-república soviética.

"Todas as exportações estão sendo afetadas. Pode-se dizer que a situação é crítica", acrescentou ele em declaração à televisão estatal, comunicando bloqueios de produtos agrícolas.

"Eles [os protestantes] estão bloqueando tudo. Há caminhões com combustível. Há poucos dias, houve casos em que os manifestantes não permitiram a passagem de várias veículos carregados de armas", adicionou.

Seis postos de controle estão bloqueados do lado polonês da fronteira, segundo o ministro.

Michal Derus, porta-voz da Câmara de Administração Tributária de Lublin (leste da Polônia), afirmou que "quase 600 caminhões aguardam para sair da Polônia" na passagem de fronteira de Dorohusk e o "tempo de espera calculado para a saída deste número de caminhões é de 232 horas".

"As mulheres e as crianças que viraram refugiados depois que fugiram da guerra e que retornam para suas casas, por diversos motivos, não podem virar reféns de interesses comerciais", declarou Kubrakov.

"Esperamos ações concretas de nossos colegas poloneses para evitar estas situações e resolver o problema", acrescentou.

Desde novembro, os agricultores poloneses bloqueiam vários postos de fronteira com a Ucrânia e a tensão deve aumentar na terça-feira, dia de convocação de um protesto para fechar todas as passagens.

A Polônia é um dos principais apoios da Ucrânia na guerra contra a Rússia, mas a crise provocada pela proibição unilateral de Varsóvia à importação de grãos ucranianos abalou a relação diplomática.

A UE suspendeu a necessidade de autorizações de entrada para caminhoneiros ucranianos como um gesto de solidariedade com Kiev, após a invasão russa.

Agora, os transportadores poloneses desejam que a UE restabeleça as restrições de entrada aos países do bloco.

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