Ucrânia e tensões no setor bancário no foco da reunião de ministros das Finanças do G7 no Japão
Também participam da cúpula os dirigentes do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial
A reunião de ministros das Finanças do G7, que começa nesta quinta-feira(11) no Japão, terá como foco o apoio deste grupo de potências ocidentais à Ucrânia em sua defensiva contra a Rússia, além dos temores do setor bancário e a ameaça de um default da dívida dos Estados Unidos.
Também participam da cúpula, que segue até sábado em Niigata (centro), os dirigentes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM).
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Um default nos Estados Unidos, devido ao bloqueio das negociações entre o governo democrata do presidente Joe Biden e os republicanos para elevar o teto da dívida, poderia levar a uma "catástrofe econômica e financeira" com repercussões mundiais, advertiu a secretária do Tesouro, Janet Yellen.
O ex-presidente republicano Donald Trump defendeu na quarta-feira que não haja pagamento se não houver cortes "enormes" nos gastos.
Yellen também insistiu na vontade dos membros do G7 (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) de apoiar a Ucrânia pelo tempo que for preciso e na necessidade de reforçar as sanções contra a Rússia.
"Este ano, um elemento central de nossa estratégia consiste em tomar novas medidas para impedir que a Rússia evite nossas sanções" declarou.
Sob essa mesma ótica, a Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia) acaba de submeter a seus membros a análise de um novo pacote de medidas restritivas contra Moscou, o décimo-primeiro desde o início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, para evitar que outros países escapem das sanções europeias.
O embaixador dos Estados Unidos na África do Sul acusou nesta quinta a este país de ter entregado armas à Rússia apesar de sua proclamada neutralidade no conflito na Ucrânia.
A reunião de Niigata, prévia à cúpula do G7 em Hiroshima (oeste) do próximo fim de semana, pode derivar em novas ações destinadas a terceiros países que se esquivam das sanções contra a Rússia, "começando pela China", considerou John Kirton, diretor do Grupo de Pesquisas sobre o G7 da Universidade de Toronto (Canadá), contatado pela AFP.
Supervisão bancária mais "intrusiva"?
As recentes agitações no setor bancário, Estados Unidos e Europa, e as medidas para contê-las, também serão tratadas no encontro de Niigata.
"O entorno do setor financeiro já mudou de forma drástica" com os serviços bancários online e as redes sociais, que podem amplificar e acelerar a retirada de capitais, lembrou o ministro japonês das Finanças, Shunichi Suzuki.
Porém, esta questão pode levantar divergências entre Estados Unidos e os países europeus do G7, que preferem reforçar a regulamentação para evitar corridas aos bancos, segundo Kirton.
A supervisão bancária tem de ser mais "intrusiva" para evitar estas crises, declarou na quarta-feira a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, em entrevista ao jornal de economia japonês Nikkei.
Outros temas presentes na reunião serão a luta contra a inflação sem estancar o crescimento, a difusão das criptomoedas e o financiamento da transição ecológica na luta contra a mudança climática.
O Japão, que preside os debates, tenta incluir outros países nas discussões do G7. Além da participação online do ministro ucraniano de Finanças, também estarão presentes os titulares da Índia, Indonésia, Brasil, Coreia do Sul e Singapura.
Uma iniciativa vista como uma tentativa de responder à crescente influência da Rússia, e especialmente da China, em várias regiões do planeta.