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Conflito

Ucrânia rompe relações com Síria por reconhecimento de 'repúblicas' pró-russas

Síria anunciou que reconhecia a independência das duas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia  - Foto: Genya Savilov / AFP

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, anunciou nesta quarta-feira (29) o rompimento das relações diplomáticas com a Síria por ter reconhecido duas "repúblicas" separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.

"Não haverá mais relações entre a Ucrânia e a Síria", declarou Zelensky em um vídeo transmitido pelo Telegram, no qual afirma que "a pressão das sanções" contra a Síria, aliada da Rússia, "será ainda maior".

Pouco antes, a Síria anunciou que reconhecia a independência das duas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, o mesmo anúncio que Moscou fez antes da invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro.

Ambas as regiões compõem a bacia de mineração do Donbass, parcialmente controlada pelos separatistas pró-Rússia desde 2014 e onde os combates estão concentrados atualmente.

"A República Árabe Síria decidiu reconhecer a independência e a soberania da República Popular de Lugansk e da República Popular de Donetsk", disse uma fonte do Ministério das Relações Exteriores da Síria, citada pela agência oficial de notícias Sana.

"Vamos nos comunicar com os dois países para chegar a um acordo sobre os marcos para fortalecer as relações, incluindo o estabelecimento de relações diplomáticas, de acordo com as regras", acrescentou a fonte.

Com este anúncio, a Síria tornou-se o primeiro país, além da Rússia, a reconhecer essas duas "repúblicas".

Não é a primeira vez que a Síria manifesta seu apoio a territórios reconhecidos pela Rússia como independentes.

Em 2018, a Síria reconheceu a independência das regiões separatistas da Abkhazia e da Ossétia do Sul, na Geórgia.

Síria e Rússia são aliadas há décadas, mas suas relações se tornaram consideravelmente mais próximas como resultado do conflito sírio e da intervenção militar de Moscou a partir de 2015 junto ao regime de Bashar al-Assad.

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