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Prêmio

UE condecora Zelensky na Alemanha por compromisso com 'valores' europeus

Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky.Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky. - Foto: Handout / Ukrainian Presidential Press Service / AFP

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, recebeu, neste domingo (14), um prêmio por seu compromisso com os "valores" europeus durante uma visita à Alemanha, país que classificou como um "verdadeiro amigo" e "aliado confiável", após o anúncio de um novo pacote de armas a Kiev.

"O presidente Zelensky e o povo da Ucrânia lutam pelos valores e pela obrigação que este prêmio representa", declarou a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Aachen, no oeste da

Alemanha.

"E, ao fazê-lo, também estão lutando por nossa própria liberdade e pelos nossos valores. Democracia e estado de direito, liberdade de expressão e liberdade para criar seu próprio destino", acrescentou, durante a cerimônia de entrega do Prêmio Carlos Magno (ou Prêmio Charlesmagne), que promove a unidade europeia.

O chefe do governo alemão, Olaf Scholz, que acompanhou o presidente ucraniano, afirmou, por sua vez, que "a Ucrânia faz parte da nossa família europeia".

"A guerra de agressão da Rússia aproximou, mais do que nunca, União Europeia e Ucrânia", insistiu.

Ambos os líderes se reuniram algumas horas antes em Berlim, que foi blindada para a primeira visita de Zelensky à Alemanha desde o início da invasão russa, há 15 meses. Nela, o ucraniano foi recebido pelo chefe do governo alemão, Olaf Scholz, com todas as honras militares.

"Gostaria de lhe agradecer, Olaf, sinceramente, assim como a todo o povo alemão, por cada vida ucraniana salva graças ao seu apoio", disse Zelensky, em entrevista coletiva conjunta.

Scholz garantiu que a Alemanha apoiará a Ucrânia pelo tempo que for necessário e especificou que o apoio de seu país, incluindo armas, chegou até agora a 17 bilhões de euros (cerca de 18,5 bilhões de dólares, ou 91 bilhões de reais, na cotação atual).

Anunciado ontem, o novo pacote alemão inclui dezenas de tanques, veículos blindados, drones de vigilância e quatro novos sistemas de defesa antiaérea Iris-T. Para o vice-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrij Melnyk, é insuficiente.

Após o encontro, ambos seguiriam para Aachen (oeste), onde Zelensky recebe, à tarde, o Prêmio Carlos Magno, que reconhece o compromisso com a unificação europeia.

E, na noite de hoje, o presidente ucraniano visitará a França, para uma reunião com seu homólogo francês, Emmanuel Macron.

'Aliado confiável'

Zelensky, que diz não querer "atacar o território russo", e sim, concentrar-se na libertação dos territórios ocupados, pediu a Scholz que apoie a entrega de aviões de combate, algo que a Alemanha se recusou a fazer até o momento.

Ele também se mostrou aberto a "discussões" de paz, mas "apenas" sob as condições ucranianas.

Hoje, o presidente ucraniano também se reuniu com seu homólogo Frank-Walter Steinmeier.

"Durante o período mais difícil da história moderna da Ucrânia, a Alemanha mostrou ser nossa verdadeira amiga e nossa aliada confiável", agradeceu Zelensky, no livro de visitas da Presidência alemã.

Por ocasião de sua visita, Zelensky e seu ministro das Relações Exteriores, Dmitro Kuleba, participaram de uma reunião com vários ministros alemães, incluindo a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock.

As relações entre Kiev e Berlim sobre ajuda militar ficaram tensas durante muito tempo, e a Alemanha foi muito criticada por não fornecer armas suficientes. Nos últimos meses, intensificou seu apoio.

Zelensky visitou Roma no sábado, onde se encontrou com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e com o papa Francisco, no Vaticano, a quem agradeceu por sua "atenção" à "tragédia de milhões de ucranianos".

Guerra de narrativas

Esta viagem ocorre em meio aos preparativos de uma contraofensiva do Exército ucraniano, enquanto Ucrânia e Rússia reivindicam avanços no "front" ao redor da cidade de Bakhmut.

Neste domingo, a Ucrânia anunciou que recuperou "mais de dez posições" russas nos subúrbios de Bakhmut (leste), epicentro dos combates há vários meses e onde se registra, nos últimos dias, um avanço ucraniano sobre os flancos das defesas russas.

"Hoje, nossas unidades recuperaram mais de dez posições inimigas ao norte e ao sul dos subúrbios de Bakhmut", disse a vice-ministra da Defesa, Ganna Maliar, no Telegram, acrescentando que "intensos combates continuam sendo travados" nesta cidade devastada.

A Ucrânia está tentando recuperar terreno nas regiões de Donetsk e de Lugansk (leste), assim como em Kherson e Zaporizhia (sul), cuja anexação é reivindicada pela Rússia.

Também hoje, o chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgueni Prigozhin, voltou a criticar a inação do Exército regular russo em Bakhmut. Em uma nota à imprensa, acusou "as forças aerotransportadas" de não apoiarem seus homens.

No terreno, o Exército ucraniano disse no sábado que estava "avançando" no entorno de Bakhmut. A Rússia garantiu, por sua vez, que continua avançando nesta cidade devastada, em grande parte sob seu controle.

Neste domingo, o Ministério russo da Defesa afirmou ter atacado Ternopil (oeste) e Petropavlivka (centro-leste), na Ucrânia, locais que albergavam armas ocidentais entregues a Kiev para repelir a ofensiva de Moscou.

Em um raro anúncio de baixas no campo de batalha, o Ministério da Defesa da Rússia informou, em um comunicado, que os comandantes Vyacheslav Makarov e Yevgeny Brovko morreram "heroicamente".

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