UE declara representante da Nicarágua 'persona non grata'
Decisão vem em resposta à expulsão da enviada do bloco em Manágua, segundo nota do Conselho da UE
A União Europeia (UE) anunciou, nesta segunda-feira (10), sua decisão de declarar persona non grata a representante da Nicarágua, Zoila Muller Goff, em resposta à expulsão da enviada do bloco em Manágua, de acordo com um comunicado.
Esta é uma resposta recíproca à decisão do governo da Nicarágua de declarar persona non grata, em 28 de setembro, a chefe da Delegação da UE na Nicarágua, apontou a nota do Conselho da UE.
A UE considera a decisão da Nicarágua "injustificada", acrescentou. No momento, as instituições europeias não esclareceram se Muller Goff deverá deixar a capital belga.
Essa é uma decisão que cabe às autoridades belgas, disse à AFP um porta-voz da Comissão Europeia, o braço executivo da UE.
"Somente eles podem expulsar alguém de seu país", afirmou.
Leia também
• ONU se reúne em Assembleia Geral após ataques russos mortais na Ucrânia
• Papa pede que mundo aprenda com a história em meio a ameaças de guerra nuclear
• União Europeia estuda mais sanções ao Irã por repressão após a morte de Masha Amini
A mesma fonte acrescentou que para o bloco isso significa que "a UE não vai mais negociar com ela e, além disso, perderá todo o acesso às instituições europeias".
A medida "tem efeito imediato", indicou a fonte.
No final de setembro, o governo da Nicarágua declarou a representante da UE naquele país, Bettina Muscheidt, persona non grata. Ela deixou Manágua alguns dias depois.
Em sua declaração na segunda-feira, a UE reafirmou seu "compromisso contínuo com o povo nicaraguense e com a defesa da democracia, do Estado de direito e dos direitos humanos".
"A UE permanece aberta ao diálogo com a Nicarágua, sempre que este diálogo aconteça de maneira respeitosa", acrescentou a nota.
Em janeiro deste ano, o Conselho Europeu anunciou a inclusão de sete pessoas na lista de funcionários nicaraguenses sancionados, incluindo dois filhos e conselheiros de Daniel Ortega e Rosario Murillo, presidente e vice-presidente do país, respectivamente.