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UE pede um 'acordo' com Trump sobre defesa europeia em troca da paz comercial

Os membros desta aliança militar inclui 23 dos 27 países da UE

Donald Trump discursa a apoiadores, em Washington, e promete assinar ordem executiva para permitir a volta do TikTokDonald Trump discursa a apoiadores, em Washington, e promete assinar ordem executiva para permitir a volta do TikTok - Foto: AFP

A União Europeia quer oferecer a Donald Trump um acordo baseado no aumento dos gastos do bloco com defesa em troca do magnata não iniciar uma guerra comercial como presidente dos Estados Unidos, disse um funcionário de alto escalão nesta segunda-feira (20).

"Não podemos ter uma guerra comercial e, ao mesmo tempo, construir a Europa da Defesa", disse o vice-presidente da Comissão Europeia responsável pela Estratégia Industrial, Stéphane Séjourné, à rádio France Inter.

Trump inicia seu segundo mandato nos Estados Unidos nesta segunda-feira e, assim como em seu primeiro mandato (2017-2021), ele quer que seus parceiros europeus da Otan aumentem seus gastos com defesa, especialmente porque Washington busca se concentrar mais no Pacífico.

Os membros desta aliança militar, que inclui 23 dos 27 países da UE, concordaram há uma década em aumentar seus gastos com defesa para 2% do PIB nacional, mas Trump agora quer que esse nível seja fixado em 5% do PIB.

"O acordo com os Estados Unidos é um sim ao desprendimento" da defesa europeia e "à construção de garantias de segurança europeias (...), além da Otan, mas não podemos fazê-lo com uma guerra comercial à nossa porta", explicou Séjourné.

O ex-chanceler francês também alertou que "os orçamentos nacionais atuais não são capazes de aumentar o orçamento de defesa para 3% [do PIB] em todos os lugares".

No comércio, Trump planeja impor tarifas de 25% sobre os produtos do México e Canadá a partir desta segunda-feira. Os impostos alfandegários também podem aumentar em 10% para a China, e a zona do euro também está na mira.

Questionado sobre uma resposta europeia a uma guerra comercial, o comissário europeu mostrou-se cauteloso, embora tenha especificado que existe uma "abordagem ofensiva" com um aumento de tarifas sobre os Estados Unidos, que acabariam por ser "pagas pelos europeus", e outra "defensiva".

Esta última envolveria reorientar as compras nos mercados mundiais, por exemplo, "suspendendo o fornecimento de Gás Natural Liquefeito (GNL) do Azerbaijão para comprar mais dos americanos", explicou Séjourné.

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