UE quer tribunal para crimes de guerra após descoberta de valas comuns na Ucrânia
De acordo com os investigadores, alguns corpos exumados tinham as mãos amarradas às costas
A República Tcheca, que ocupa atualmente a presidência semestral da União Europeia (UE), pediu neste sábado (17) a criação de um tribunal internacional para os crimes de guerra, após a descoberta de novas valas comuns na Ucrânia.
O pedido foi anunciado após a descoberta de quase 450 sepulturas nas proximidades de Izium, cidade do leste da Ucrânia, retomada dos russos na semana passada. A maioria dos corpos exumados apresenta sinais de tortura.
"No século XXI, ataques deste tipo contra a população civil são impensáveis e odiosos" afirmou o ministro tcheco das Relações Exteriores, Jan Lipavsky, no Twitter.
Russia left behind mass graves of hundreds of shot and tortured people in the Izyum area. In the 21st century, such attacks against the civilian population are unthinkable and abhorrent. We must not overlook it. We stand for the punishment of all war criminals. #StandwithUkraine
— Jan Lipavský (@JanLipavsky) September 17, 2022
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"Somos favoráveis a que todos os criminosos de guerra sejam punidos", acrescentou.
"Peço a criação rápida de um tribunal internacional especial que puna o crime de agressão", insistiu Lipavsky.
De acordo com os investigadores, alguns corpos exumados tinham as mãos amarradas às costas. Também foram encontrados corpos de crianças.
A República Tcheca, que já teve um regime comunista, integra a UE e a Otan. O país recebeu quase 400 mil refugiados ucranianos. Também forneceu ajuda militar de 150 milhões de dólares à Ucrânia, invadida pela Rússia em 24 de fevereiro.