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Espionagem

UE veta equipamentos da Huawei e ZTE por temores de espionagem

Medida já foi adotada por vários países do bloco para restringir ou excluir as empresas das redes 5G

Huawei Huawei  - Foto: Nicolas Asfouri/AFP

As gigantes chinesas das telecomunicações Huawei e ZTE representam riscos de segurança para a União Europeia (UE), alertou a Comissão Europeia nesta quinta-feira (15), que deixará de usar serviços domésticos com materiais dessas duas empresas.

A Comissão (órgão executivo da UE) considerou, em um comunicado, "justificadas" as medidas já adotadas por vários países do bloco para restringir ou excluir a Huawei e a ZTE das redes 5G.

"Com base em uma ampla gama de informações disponíveis, a Comissão Europeia considera que a Huawei e a ZTE representam, de fato, riscos significativamente maiores do que outros provedores de 5G", destaca o documento.

Como consequência, a Comissão "tomará medidas para evitar a exposição de suas comunicações corporativas a redes móveis que utilizam a Huawei e ZTE como provedores", acrescenta.

"Não podemos dar ao luxo de manter dependências críticas que poderiam se tornar uma arma contra nossos interesses. Seria uma vulnerabilidade crítica e um risco muito sério para a nossa segurança comum", disse o comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton.

A Comissão definirá em janeiro de 2020 um conjunto rígido de regras para atuar no mercado das telecomunicações 5G, embora sem mencionar a Huawei ou a ZTE ou a possibilidade de vetar a utilização de determinados equipamentos.

Riscos identificados
Essa chamada “caixa de ferramentas” incluía uma recomendação para proteger as redes de telecomunicações 5G com o objetivo de evitar atos de espionagem, sabotagem ou interferência de países terceiros nos equipamentos.

Mas então era uma mera recomendação, sem valor vinculante e, portanto, não identificava especificamente os equipamentos e empresas que apresentavam riscos. A partir de agora, Huawei e ZTE são nominalmente identificados.

Esta etapa resultou de uma investigação da Comissão e da Agência da União Europeia para a Cibersegurança sobre a aplicação desta “caixa de ferramentas” nos países membros do bloco.

Segundo bretão, apenas dez dos 27 países da UE seguiram até agora recomendações. O processo “está muito lento e isso representa um risco para a segurança coletiva da União”, afirmou.

Como resultado dessa investigação, a Comissão recomendou que os países do bloco "imponham sem demora restrições aos fornecedores [de equipamentos de telecomunicações] de alto risco".

A Huawei está tentando diversificar suas fontes de receita depois que as garantir dos EUA atingiram efetivamente seus equipamentos de telecomunicações e negócios de smartphones.

Seu sistema 5G foi bloqueado em mercados importantes, como Estados Unidos, Reino Unido e Japão, devido a temores de segurança.

A Huawei nega que o uso de suas redes implica riscos de espionagem por parte da China.

Os Estados Unidos exerceram forte pressão sobre a UE para excluir esses dois gigantes chineses das redes 5G.

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