Uganda registra mortes 'por fome' em região remota do nordeste do país
O gabinete da primeira-ministra anunciou o envio de 200 toneladas de ajuda e a mobilização de 135 bilhões de xelins ugandeses
Autoridades ugandenses informaram, nesta quinta-feira (14), que foram registradas mortes "causadas pela fome" na região remota de Karamoja, no nordeste do país, que sofre com a seca.
"Como governo, reconhecemos a situação de inanição em Karamoja, onde temos informes de mortes por fome", declarou à AFP um porta-voz da primeira-ministra, Robinah Nabbanja, após uma reunião com funcionários eleitos da região.
O gabinete da primeira-ministra não deu números, mas anunciou o envio de 200 toneladas de ajuda e a mobilização de 135 bilhões de xelins ugandeses (36 milhões de euros), destinados à compra de alimentos para a população da região nos próximos três meses.
Segundo uma deputada local, o número de mortes pode superar a centena nesta região remota, fronteiriça com Quênia e Sudão do Sul.
Durante anos, a zona sofreu com inundações, deslizamentos de terra e praga de gafanhotos. Também ocorrem incursões recorrentes de ladrões de gado neste território.
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"A situação em Karamoja é pior do que se esperava, com centenas de mortos até agora e muitos esperando morrer de fome", disse à AFP Faith Nakut, uma deputada da região que assistiu à reunião com o primeiro-ministro na quarta-feira (13).
Ao menos 518.000 pessoas precisam de ajuda alimentar urgente nesta região, segundo um informe conjunto de avaliação da segurança alimentar realizado pelo governo ugandês e pela ONU, divulgado em 31 de maio.