Twitter suspende contas de ex-chefes das Farc que retomaram armas na Colômbia
Perfil da nova rebelião também foi suspelo pela rede social
O Twitter suspendeu as contas de dois antigos chefes da extinta guerrilha das Farc que se rearmaram na Colômbia e são foragidos da Justiça, por violarem suas políticas sobre "terrorismo e extremismo violento", informou a rede social à AFP nesta sexta-feira.
"No Twitter, não são toleradas organizações terroristas ou grupos extremistas violentos, nem as pessoas que se afiliam aos mesmos e promovem suas atividades ilícitas", assinalou um porta-voz da empresa.
Os perfis do ex-número dois da antiga guerrilha comunista, Iván Márquez, e do seu braço direito, Jesús Santrich, aparecem com a mensagem "conta suspensa". A decisão do Twitter foi tomada depois que os antigos rebeldes publicaram um vídeo em que criticam o presidente da Colômbia, Iván Duque, acusam o mesmo de "prejudicar o acordo de paz" e apoiam uma iniciativa em andamento para revogar seu mandato.
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Márquez, Santrich e 20 ex-guerrilheiros se afastaram em agosto de 2019 do acordo de paz histórico que pôs fim a mais de meio século de conflito armado envolvendo as Farc. O perfil no Twitter que corresponderia a essa nova rebelião, chamada "Segunda Marquetalia", também foi suspenso.
O alto conselheiro presidencial do pós-conflito, Emilio Archila, chamou o vídeo dos rebeldes de bravata e acusou Márquez de ser narcotraficante e aliado "de um dos piores ditadores da história da América Latina", referindo-se ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
O tribunal de paz responsável por julgar os crimes mais graves do conflito excluiu ambos os dissidentes dos benefícios penais que constam do pacto. Caso eles sejam capturados, ficarão à disposição da Justiça comum.