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AMÉRICA DO SUL

Ultraconservadores impugnam ministro da Educação chileno por agenda de gênero

Texto contra o ministro reúne sete acusações sobre sua atuação

Bandeira do ChileBandeira do Chile - Foto: Claudio Reyes/ AFP

Deputados de direita do Chile iniciaram nesta segunda-feira (19) um julgamento político contra o ministro da Educação do governo de esquerda, acusado de promover uma agenda de defesa das minorias "de gênero" no sistema de ensino do pais.

O julgamento político contra o ministro Marco Antonio Ávila ocorre em meio ao ressurgimento conservador no Chile, principalmente após a vitória do Partido Republicano, de extrema direita, nas eleições do Conselho Constitucional, em 7 de maio.

O texto contra o ministro, promovido inicialmente pelos republicanos, contempla sete acusações sobre sua atuação, como uma suposta violação do direito preferencial dos pais a educar seus filhos pelo lançamento das "Jornadas de Educação Não Sexista" ou pelos guias "Orientações para a proteção do bem-estar de estudantes com identidades de gênero e orientações afetivo-sexuais diversas".

Ao ser questionado sobre a ofensiva que enfrenta, Ávila referiu-se à sua orientação sexual como possível motivação. "Todos os dias, escolho não acreditar que existam motivações que não estejam associadas exclusivamente ao desenvolvimento das atribuições da pasta", disse o ministro.

"Ele é vítima de uma perseguição feroz, sem nenhum fundamento, por alguns parlamentares ou representantes de direita que possuem traços homofóbicos", afirmou o deputado socialista Leonardo Soto.

Quando deputados da oposição anunciaram sua intenção de apresentar a denúncia, argumentaram que a agenda do Ministério da Educação se devia à orientação sexual de Ávila. "Entendemos a inclinação sexual que o ministro possa ter, mas o que não entendemos é que a coloque como prioridade nas questões educacionais do nosso país", argumentou o deputado Sergio Bobadilla, da direitista União Democrata Independente.

A Câmara dos Deputados votará a acusação no mês que vem. Se aprovada, o julgamento passará ao Senado.

Ávila é o sexto ministro da Educação a enfrentar uma acusação constitucional nos últimos 30 anos. Dois deles foram destituídos: Yasna Provoste, em 2008, e Harald Beyer, em 2013.

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