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Abuso Sexual

Um em cada três funcionários do Parlamento australiano vítimas de assédio sexual

40% das mulheres declaram ter sofrido assédio sexual, e 26% dos homens

O caso da parlamentar Britney Huggins foi o que deu início às investigaçõesO caso da parlamentar Britney Huggins foi o que deu início às investigações - Foto: Saeed Khan/AFP

O assédio sexual e o bullying são comuns no Parlamento australiano, o que afeta legisladores e funcionários, afirma um relatório sobre a "cultura sexista" da instituição.

Após sete meses de investigação, o documento solicitado pelo governo indica que uma em cada três funcionárias atualmente no Parlamento "já foi vítima de alguma forma de assédio sexual durante o trabalho".

A investigação teve a contribuição de 1.700 pessoas, incluindo 63% das mulheres parlamentares do país: 37% do total afirmaram ter sofrido assédio psicológico e 33% assédio sexual trabalhando na instituição. 

O percentual é maior entre as mulheres, 40% das quais declaram ter sofrido assédio sexual, contra 26% dos homens.

Uma das entrevistadas disse que "os jovens políticos não hesitam, em alguns casos, em agarrar você pelo braço, beijar sua boca, levantar, tocar, dar um tapa na bunda, fazer comentários sobre sua aparência, você sabe, o de sempre (...) a cultura permite".

"As estatísticas e os comentários são chocantes, mas para muitas mulheres aqui não são surpreendentes e se parecem com nossas próprias experiências", disse a senadora do Partido Verde Sarah Hanson-Young. 

A investigação começou após a indignação provocada pelo suposto estupro da funcionária parlamentar Brittany Higgins dentro do gabinete de um ministro após uma noite fora com colegas do conservador Partido Liberal.

As declarações, que estão sendo examinadas pela justiça, provocaram manifestações e pedidos de reforma.

Higgins agradeceu o relatório e às "muitas pessoas corajosas que compartilharam as histórias que contribuíram para a investigação".

O relatório apresenta 28 recomendações, incluindo melhorar a diversidade de gênero e "uma abordagem mais proativa na segurança e bem-estar".

"Espero que todos os lados políticos não apenas se comprometam, mas também implementem as recomendações na íntegra", afirmou em um comunicado divulgado pela Universidade Nacional da Austrália, onde ela é professora convidada.

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