Um morto e dois feridos em ataque em área mapuche no Chile
Ataque ocorreu em área indígena recentemente militarizada
Um trabalhador florestal morreu e pelo menos outros dois ficaram feridos após um ataque a tiros, nesta terça-feira (24), perto da comuna de Lumaco, no sul do Chile, uma área mapuche recentemente militarizada.
Funcionários de uma empresa florestal viajavam em um pequeno ônibus por uma estrada rural quando um grupo de pessoas começou a atirar contra eles, ferindo um dos trabalhadores na cabeça.
Ele foi transferido em um helicóptero policial "para um centro de atendimento" em Temuco, capital da região de Araucanía, informou a polícia em sua conta oficial no Twitter.
O ferido, identificado como Juan Segundo Catril Neculqueo, de 66 anos, morreu horas depois "devido à grave lesão causada na área craniana por um impacto de projétil balístico", disse um comunicado do hospital Dr. Hernán Henríquez Aravena, de Temuco.
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"Não há justificativa para uma expressão de violência desta natureza. Vamos a fundo, até encontrar os responsáveis", afirmou Izkia Siches, ministra do Interior e Segurança, após confirmar a morte do homem.
Os ataques de grupos armados se tornaram frequentes nas regiões de Araucanía e Biobío, onde os mapuche, a etnia mais numerosa do Chile, mantêm uma reivindicação histórica ao Estado chileno de terras que consideram suas por direito ancestral e que foram entregues a proprietários privados, principalmente empresas florestais e empresários agrícolas.
"Não vamos tolerar que a violência seja imposta como método de resolução de conflitos no país. Nem nas escolas, nem em Araucanía, nem no norte, nem aqui", declarou o presidente Gabriel Boric.
A Coordenadoria Arauco Malleco (CAM), um dos grupos mapuche que costumam reivindicar a autoria dos ataques na região, descartou seu envolvimento neste atentado. "A CAM não ataca trabalhadores, muito menos os mapuche", disse o grupo em nota.
Devido aos ataques a propriedades privadas e caminhões nas rotas que passam por Araucanía e Biobío e o aumento da violência nessas áreas, Boric ordenou na semana passada a presença de militares para realizar patrulhas preventivas junto com a polícia.