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"Único caminho para manter Trump fora do Salão Oval é nas urnas", diz Biden após condenação do rival

Com o veredito, Trump se torna o primeiro ex-ocupante da Casa Branca condenado criminalmente

Presidente dos Estados Unidos, Joe BidenPresidente dos Estados Unidos, Joe Biden - Foto: Jim Watson/AFP

Minutos após ser divulgada a condenação de Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se manifestou sobre a decisão.

Em uma publicação nas redes sociais, ele falou sobre o rival, condenado pelo júri popular, nesta quinta-feira, em todas as 34 acusações de fraude contábil das quais era alvo, visando ocultar o pagamento de suborno à ex-atriz pornô Stormy Daniels, com quem teria tido um romance no passado.

"Só há uma maneira de manter Donald Trump fora do Salão Oval: nas urnas", escreveu o atual presidente, em uma publicação em seu perfil no X (antigo Twitter).

Com o veredito, Trump se torna o primeiro ex-ocupante da Casa Branca condenado criminalmente, mas não impede que se candidate à Casa Branca nas eleições deste ano.

A sentença será divulgada em julho, informou a corte.

"Isso foi uma vergonha, este foi um julgamento manipulado por um juiz em conflito de interesses, que era corrupto — declarou Trump ao sair do tribunal. ", Eles não nos deram nenhuma chance, nem 5% ou 6% [de chance] nesse distrito, nessa área. Este foi um julgamento manipulado e o veredito real vai ser em 5 de novembro pelo povo, e ele sabe o que aconteceu aqui, todo mundo sabe o que aconteceu aqui."

Os jurados do tribunal de Nova York concordaram com a versão da Promotoria de que o magnata teria comprado o silêncio de Daniels para evitar que o vazamento do escândalo prejudicasse a sua imagem durante a campanha presidencial de 2016, da qual saiu vitorioso.

A deliberação teve início na quarta-feira e durou cerca de 12 horas. Segundo as regras da corte, o painel de 12 jurados — formado por cidadãos de Nova York — deveria tomar uma decisão unânime sobre o futuro do presidente. Em caso de divergência, o julgamento seria considerado nulo e voltaria à fase inicial, salvo se a Promotoria retirasse as queixas.

A partir de agora, o juiz à frente do caso, Juan Merchan, emitirá sua sentença com base no veredito dos jurados, o que pode levar meses. Ele pode decidir pelo cumprimento da pena na prisão, dando início a um cenário inédito na democracia americana de ter um candidato presidencial fazendo campanha da cadeia.

Ao contrário do Brasil, os Estados Unidos não tem uma legislação equiparável à Lei da Ficha Limpa que veda a participação de candidatos condenados na Justiça.

Merchan também pode permitir o cumprimento em liberdade condicional. Nesse caso, Trump seria obrigado a se apresentar regularmente ao Departamento de Liberdade Condicional da cidade de Nova York. Não se sabe se Trump seria obrigado a usar tornozeleira eletrônica, por exemplo, mas, de acordo com a legislação local, ele poderia ser preso imediatamente caso fosse flagrado cometendo outros crimes.

Não há indícios de qual posição o juiz tomará com a condenação, apesar de já ter deixado claro sua intransigência em relação a crimes de colarinho branco. Ele foi chamado de "corrupto" e "tirano" por Trump publicamente, o que rendeu uma ordem de silêncio ao republicano que o proíbe de citar envolvidos no caso. A ordem, no entanto, foi violada 10 vezes. Trump foi multado em US$ 10 mil por desacato, e na última violação, Merchan chegou a ameaçá-lo com prisão.

Eleições à vista
Com o calendário eleitoral acontecendo em paralelo a sua tumultuada agenda de processos, que incluem outros três na esfera criminal cujos julgamentos só devem acontecer depois do pleito, Trump também poderá recorrer à condenação. Nesse caso, é provável que ele permaneça em liberdade até que o recurso seja avaliado.

De acordo com uma pesquisa da Bloomberg News/Morning Consult divulgada em fevereiro, mais da metade dos eleitores dos chamados estados-pêndulo (nem democratas, nem republicanos) não votariam em Donald Trump se ele fosse condenado por um crime.

O republicano venceu de lavada as primárias do partido, mas, depois de liderar a maior parte das pesquisas de intenção de voto no início do ano, recentemente apareceu atrás do atual presidente, Joe Biden, em algumas sondagens.

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