Urbanismo no Recife: debate fala sobre reavivamento dos centros urbanos brasileiros
Evento conta com representantes de vários estados brasileiros, que colocam em pauta o urbanismo, trazendo a discussão para o Recife
O segundo dia do Encontro Brasileiro de Urbanismo em Áreas Centrais aconteceu no auditório do Moinho Recife, localizado no Centro da Cidade, e reuniu outras oito capitais brasileiras, que também discutiram sobre o reavivamento dessa área.
O jornal Folha de Pernambuco esteve presente no local, sendo representado pela gerente administrativa, Ivone Palácio, que acompanhou todo o encontro.
Fizeram parte da organização do evento a Prefeitura do Recife, através do Gabinete do Centro do Recife (Recentro), o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU/PE), a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com apoio do Ministério das Cidades e da Frente Parlamentar pelos Centros Urbanos.
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Centenas de pessoas participaram da reunião, que contou, também, com a presença do prefeito João Campos (PSB), na manhã desta quinta-feira (13).
O gestor exaltou as estratégias que a cidade tem adotado para movimentar a área central, como retrofitar prédios históricos para atrair o tráfego de pessoas nessa região.
Campos usou como exemplos os terrenos do Edifício Trianon e do Cine Art-Palácio, localizados no bairro de Santo Antônio, no centro da capital pernambucana, para a construção de um novo campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE).
No projeto de reforma, a sala de projeção do Cine Art-Palácio será mantida e requalificada, voltando a exibir filmes, além de servir como auditório do IFPE.
O prefeito acredita que a discussão sobre urbanismo precisa ser constantemente debatida, ainda que o Legislativo precise se movimentar para acalorar o campo de atuação.
"É preciso formalizar essa rede e fazer uma estação integrada com o parlamento brasileiro. Na minha opinião, a grande força para mudar passa por uma revisão da legislação. É preciso ter harmonia da parte urbanística com o patrimônio, para que tenhamos menos conflitos e mais capacidade de solução conjunta", alegou.
Durante a fala, ele ainda levantou outro ponto vital, defendendo que quem investe no centro da cidade precisa ter crédito diferente, avançando as questões tributárias.
João exaltou a importância de essa conversa ser trazida para o Recife.
"É muito importante a gente reunir aqui oito capitais do Brasil para fazer parte de uma rede de trabalho de cooperação pelos centros urbanos e centros históricos. É necessário para garantir a efetividade das políticas públicas, as revisões das normas e mudanças de parâmetros que possam resultar na preservação do centro", complementa o prefeito, em entrevista à Folha de Pernambuco.
Municípios unidos ao Recife
As outras capitais que se uniram ao Recife na defesa dessa pauta foram: São Luís (MA), Belo Horizonte (MG), Manaus (AM), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP), Campo Grande (MS) e Porto Alegre (RS).
Este último participou de forma remota, por conta das enchentes que atingiram o estado gaúcho.
A Rede Brasileira de Urbanismo em Áreas Centrais tem o objetivo de influenciar a reabilitação das áreas centrais em seus mais variados âmbitos através da colaboração mútua.
Unindo esforços, os membros da rede combatem o declínio urbano e constroem um futuro próspero para os centros das cidades.
Em um contexto marcado pelo esvaziamento dos centros urbanos em todo o mundo, a Rede surge como uma referência para a revitalização desses espaços, reunindo cidades brasileiras comprometidas com a reabilitação sustentável e inclusiva dos centros históricos.
Todos assinaram um acordo de cooperação técnica entre as cidades envolvidas na rede de urbanismo em áreas centrais, criado em 2023.
A ideia é que a Rede seja reconhecida, em até quatro anos, como um importante fórum de discussão e formulação de políticas públicas direcionadas à reabilitação das áreas centrais brasileiras
A chefe do Gabinete do Centro do Recife (Recentro), Ana Paula Vilaça, destacou que o centro do debate consiste na troca de ideias entre as capitais, mostrando o que cada uma delas tem feito no que se diz respeito aos projetos, planos e desafios para cuidar dos centros históricos.
"A gente já teve um painel, ontem, com o Recife, São Luís e São Paulo. Outras cidades ainda vão se apresentar, hoje à tarde, como o Rio de Janeiro, por exemplo. Amanhã, vamos ter um panorama sobre o cenário nacional e a cidade de Belo Horizonte, fazendo um fechamento com as autoridades. Além disso, essas pessoas estão fazendo visitas técnicas, aqui na cidade, conhecendo o nosso centro e os nossos projetos", complementou.
O grupo propõe ainda 10 eixos temáticos para nortear as ações de cooperação: requalificação do parque edificado patrimonial; governança participativa; atração de investimentos; mobilidade urbana; requalificação dos espaços públicos; cultura e turismo; desenvolvimento social; habitação no centro; resiliência climática; e inovação e tecnologia.
Como participar?
O 1º Encontro Brasileiro de Urbanismo em Áreas Centrais é aberto ao público em geral, com inscrições gratuitas.
Profissionais das áreas de arquitetura e urbanismo, planejamento urbano, ciências sociais, geografia, meio ambiente, patrimônio histórico e cultural, turismo e demais interessados na temática da reabilitação de áreas centrais são convidados a participar.
Para realizar a inscrição, basta acessar o site do evento.