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Urbanismo no Recife: debate fala sobre reavivamento dos centros urbanos brasileiros

Evento conta com representantes de vários estados brasileiros, que colocam em pauta o urbanismo, trazendo a discussão para o Recife

Evento aconteceu nesta quinta (13)Evento aconteceu nesta quinta (13) - Foto: Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

O segundo dia do Encontro Brasileiro de Urbanismo em Áreas Centrais aconteceu no auditório do Moinho Recife, localizado no Centro da Cidade, e reuniu outras oito capitais brasileiras, que também discutiram sobre o reavivamento dessa área.

O jornal Folha de Pernambuco esteve presente no local, sendo representado pela gerente administrativa, Ivone Palácio, que acompanhou todo o encontro.

Fizeram parte da organização do evento a Prefeitura do Recife, através do Gabinete do Centro do Recife (Recentro), o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU/PE), a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com apoio do Ministério das Cidades e da Frente Parlamentar pelos Centros Urbanos.

Centenas de pessoas participaram da reunião, que contou, também, com a presença do prefeito João Campos (PSB), na manhã desta quinta-feira (13).

O gestor exaltou as estratégias que a cidade tem adotado para movimentar a área central, como retrofitar prédios históricos para atrair o tráfego de pessoas nessa região.

Campos usou como exemplos os terrenos do Edifício Trianon e do Cine Art-Palácio, localizados no bairro de Santo Antônio, no centro da capital pernambucana, para a construção de um novo campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE). 

No projeto de reforma, a sala de projeção do Cine Art-Palácio será mantida e requalificada, voltando a exibir filmes, além de servir como auditório do IFPE.

O prefeito acredita que a discussão sobre urbanismo precisa ser constantemente debatida, ainda que o Legislativo precise se movimentar para acalorar o campo de atuação.

"É preciso formalizar essa rede e fazer uma estação integrada com o parlamento brasileiro. Na minha opinião, a grande força para mudar passa por uma revisão da legislação. É preciso ter harmonia da parte urbanística com o patrimônio, para que tenhamos menos conflitos e mais capacidade de solução conjunta", alegou.

Durante a fala, ele ainda levantou outro ponto vital, defendendo que quem investe no centro da cidade precisa ter crédito diferente, avançando as questões tributárias.

João exaltou a importância de essa conversa ser trazida para o Recife.

"É muito importante a gente reunir aqui oito capitais do Brasil para fazer parte de uma rede de trabalho de cooperação pelos centros urbanos e centros históricos. É necessário para garantir a efetividade das políticas públicas, as revisões das normas e mudanças de parâmetros que possam resultar na preservação do centro", complementa o prefeito, em entrevista à Folha de Pernambuco.

Municípios unidos ao Recife
As outras capitais que se uniram ao Recife na defesa dessa pauta foram: São Luís (MA), Belo Horizonte (MG), Manaus (AM), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP), Campo Grande (MS) e Porto Alegre (RS).

Este último participou de forma remota, por conta das enchentes que atingiram o estado gaúcho.

A Rede Brasileira de Urbanismo em Áreas Centrais tem o objetivo de influenciar a reabilitação das áreas centrais em seus mais variados âmbitos através da colaboração mútua.

Unindo esforços, os membros da rede combatem o declínio urbano e constroem um futuro próspero para os centros das cidades.

Em um contexto marcado pelo esvaziamento dos centros urbanos em todo o mundo, a Rede surge como uma referência para a revitalização desses espaços, reunindo cidades brasileiras comprometidas com a reabilitação sustentável e inclusiva dos centros históricos.

Todos assinaram um acordo de cooperação técnica entre as cidades envolvidas na rede de urbanismo em áreas centrais, criado em 2023.

Momento da assinatura do acordo de cooperação técnica entre as cidadesMomento da assinatura do acordo de cooperação técnica entre as cidades | Foto: Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

 A ideia é que a Rede seja reconhecida, em até quatro anos, como um importante fórum de discussão e formulação de políticas públicas direcionadas à reabilitação das áreas centrais brasileiras

A chefe do Gabinete do Centro do Recife (Recentro), Ana Paula Vilaça, destacou que o centro do debate consiste na troca de ideias entre as capitais, mostrando o que cada uma delas tem feito no que se diz respeito aos projetos, planos e desafios para cuidar dos centros históricos.

"A gente já teve um painel, ontem, com o Recife, São Luís e São Paulo. Outras cidades ainda vão se apresentar, hoje à tarde, como o Rio de Janeiro, por exemplo. Amanhã, vamos ter um panorama sobre o cenário nacional e a cidade de Belo Horizonte, fazendo um fechamento com as autoridades. Além disso, essas pessoas estão fazendo visitas técnicas, aqui na cidade, conhecendo o nosso centro e os nossos projetos", complementou.

O grupo propõe ainda 10 eixos temáticos para nortear as ações de cooperação: requalificação do parque edificado patrimonial; governança participativa; atração de investimentos; mobilidade urbana; requalificação dos espaços públicos; cultura e turismo; desenvolvimento social; habitação no centro; resiliência climática; e inovação e tecnologia.

Como participar?
O 1º Encontro Brasileiro de Urbanismo em Áreas Centrais é aberto ao público em geral, com inscrições gratuitas.

Profissionais das áreas de arquitetura e urbanismo, planejamento urbano, ciências sociais, geografia, meio ambiente, patrimônio histórico e cultural, turismo e demais interessados na temática da reabilitação de áreas centrais são convidados a participar.

Para realizar a inscrição, basta acessar o site do evento.

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