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SAÚDE

Uso de cigarro eletrônico por 30 dias já é capaz de gerar problemas respiratórios graves, diz estudo

Consumo por esse período também gera risco 78% maior de ocorrência de falta de ar e 50% maior de desenvolvimento de sintomas de bronquite

Cigarro eletrônico Cigarro eletrônico  - Foto: Pixabay

Muito utilizado entre jovens, os cigarros eletrônicos representam um grande risco à saúde. Segundo um estudo feito pelo Center for Tobacco Research do The Ohio State University Comprehensive Cancer Center e da Southern California Keck School of Medicine, ambos dos Estados Unidos, apenas 30 dias de consumo dos chamados vapes podem gerar problemas respiratórios severos, mesmo em pessoas com boas condições de saúde e pouca idade, público que mais consome esse tipo de produto.

Os pesquisadores acompanharam mais de dois mil jovens com idade média de 17,3 anos. Os participantes preencheram uma pesquisa online, em 2014, sobre seus sintomas respiratórios e uso de cigarro eletrônico, cigarro tradicional ou maconha, com cerca de 23% dos participantes relatando histórico de asma.

Os pesquisadores coletaram dados da maioria desses participantes em outras três ocasiões: 2015, 2017 e 2018. Os participantes foram questionados se já haviam usado um dos três produtos, e, em caso positivo, eram perguntados sobre o número de dias em que usaram nos últimos 30 dias. Com isso, foram criados grupos: aqueles que nunca experimentaram um produto, classificados como “nunca usuários”; participantes que usaram um produto em pelo menos um dos últimos 30 dias, classificados como usuários “nos últimos 30 dias”.

Usuários de cigarros eletrônicos há 30 dias tiveram um risco 81% maior de apresentar um sintoma chamado chiado. Para esse grupo, também foi demostrado um risco 78% maior de sentir falta de ar e um risco 50% maior de apresentar sintomas de bronquite.
 

Os pesquisadores analisaram mais de quatro anos de dados de pesquisas sobre o consumo do produto — que cria um vapor contendo nicotina e outros produtos nocivos à saúde — por adolescentes e jovens adultos.

Segundo eles, o levantamento contribui para as evidências já existentes de que o uso de cigarros eletrônicos está associado a um risco maior de problemas respiratórios, apontando, também, que “reguladores devem considerar as descobertas e trabalhar para minimizar o impacto negativo do uso de cigarros eletrônicos na saúde dos jovens”.

Nos Estados Unidos, o uso de cigarros eletrônicos é substancialmente maior entre jovens do que entre adultos em geral, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, com as vendas do produto aumentando quase 50% durante os dois primeiros anos da pandemia de Covid-19.

As vendas teriam sido impulsionadas principalmente por produtos com sabores doces e frutados, populares entre adolescentes. O aumento ocorreu mesmo com uma repressão federal que impôs mais restrições ao marketing para esse tipo de cigarro e para a variedade de sabores oferecidos.

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