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TECNOLOGIA

Uso de inteligência artificial no Judiciário ainda é pouco frequente, mostra pesquisa do CNJ

Barroso afirmou que Brasil está na vanguarda do uso da tecnologia, mas ressaltou grande volume de processos

Inteligência artificialInteligência artificial - Foto: Rawpick/Freepik

Metade dos magistrados e servidores do Poder Judiciário que responderam a uma pesquisa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) informaram utilizar ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa. Entretanto, a frequência desse uso é baixa: 74% dos participantes informaram que ele ocorre apenas "raramente" ou "eventualmente".

Os dados fazem parte de uma pesquisa apresentada nesta quarta-feira pelo CNJ. A divulgação ocorreu durante o primeiro dia de uma audiência pública destinada a discutir a utilização da IA no Judiciário. O presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, participou do evento e destacou que o Judiciário brasileiro está na vanguarda do uso da tecnologia.

Responderam a pesquisa 1.681 juízes (9,1% do total de 18,4 mil) e 16.844 servidores (6% dos 278,7 mil). Não houve uma técnica de amostragem, e por isso os dados não possuem uma representatividade de todos os membros do Poder Judiciário.

Nos dois grupos, 49% informaram utilizar ferramentas desse tipo. Dentro desse universo, a frequência de uso dos magistrados ocorreu da seguinte forma:

Já entre os servidores, os números são:

A ferramenta mais utilizada, nos dois grupos, foi o ChatGPT, da OpenAI: fizerem uso dele 96% dos juízes e 94% dos servidores. Também lideram a lista o Copilot, da Microsoft, (24,7% e 26,4%, respectivamente) e o Gemini, do Google, (23% e 28,5%).

A maioria realizou as ferramentas para "testes de uso" (64% entre magistrados e 58% entre funcionários) ou na vida pessoal (50,1% e 56,2%). O uso na vida profissional ocorreu para 27% dos juízes e 31,4% dos servidores, enquanto houve utilização na vida acadêmica para 20%.

"Questão de sobrevivência"
Luís Roberto Barroso afirmou que "nenhum país do mundo" usa tanto a IA no Judiciário como o Brasil. O presidente do CNJ ressaltou, contudo, que nenhum país tem tantos processos judiciais, e que por isso a aplicação da ferramenta seria uma "questão de sobrevivência".

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