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Coronavírus

Vacina contra Covid-19 que não usa vírus em composição deve ser testada no Brasil

Estudo clínico com imunização de empresa americana deve começar até o início de 2021

VacinaVacina - Foto: Divulgação/Governo de São Paulo

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Uma vacina contra a Covid-19 que não usa vírus em sua formulação, desenvolvida pela Covaxx, subsidiária americana da biofarmacêutica United Biomedical, deve começar a ser testada no Brasil até o início de 2021, segundo anuncio feito na quarta-feira (9) pela Dasa, empresa brasileira de diagnóstico médico.

Os testes clínicos de fase 2 e 3 serão feitos no país com pelo menos 3.000 participantes e contam com apoio das empresas Dasa, MRV, Localiza e Banco Inter, que juntas doaram R$ 30 milhões para a iniciativa.

A imunização, que ganhou o nome de UB-612, é baseada em peptídeos sintéticos que imitam proteínas do novo coronavírus para induzir resposta imunológica.

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Quando o vírus entra em contato com o corpo, o organismo reconhece pedaços do invasor e dá início à resposta imunológica para proteger da infecção. É com uma imitação dessas partes do vírus que a vacina da Covaxx estimularia o corpo a produzir anticorpos e células T específicas para o combate ao Sars-CoV-2.

"Estudos pré-clínicos têm mostrado alta capacidade de produzir resposta imune e alta quantidade de células neutralizantes contra o Sars-CoV-2", diz um comunicado da empresa.

A Covaxx tem apresentado seus resultados em conferências científicas e prepara publicações dos dados em periódicos, segundo Gustavo Campana, diretor médico da Dasa.

As técnicas mais comuns para produção de vacinas usam o próprio vírus inativado, como é o caso da CoronaVac, criada pela chinesa Sinovac, ou um adenovírus inofensivo que carrega o material genético do Sars-CoV-2, como são a imunização desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca e a vacina russa Sputnik V. Há ainda vacinas que usam trechos do material genético (RNA) do vírus.

Atualmente, as vacinas da Sinovac e da AstraZeneca são testadas em milhares de pessoas no Brasil.

Para Campana, a vacina da Covaxx pode ser mais segura e ter capacidade maior de produção em larga escala por não depender da presença vírus ou de partes dele, o que exige o cultivo do patógeno.

Um estudo clínico de fase 1 com a imunização já está em andamento em Taiwan. De acordo com Campana, a divulgação desses resultados deve ser feita até novembro. A partir daí, os protocolos do estudo clínico no Brasil serão submetidos à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Todo o estudo deve durar 24 meses, mas o registro da imunização para uso pode ser pedido na metade desse prazo, caso os resultados preliminares se mostrem positivos, afirma Campana. Segundo o executivo, uma equipe de especialistas vai definir quais os melhores locais do Brasil para a realização dos testes.

As fases 1 e 2 de testes clínicos são feitas, geralmente, com algumas centenas de pessoas e servem para avaliar a segurança e a dose necessária para gerar imunidade. A fase 3 é a mais extensa e deve ser feita com milhares de participantes. É essa última fase que comprova a capacidade que a imunização tem de gerar proteção contra a infecção.

Se a UB-612 se mostrar eficaz, a Covaxx afirma que garante a distribuição de 10 milhões de doses para o mercado privado brasileiro. A empresa diz que reserva outras 50 milhões de doses para a rede pública de saúde brasileira. A disponibilização dessas doses depende dos resultados dos testes e das negociações da Covaxx com empresas e com o governo brasileiro.

Segundo a empresa, a previsão é de que 500 milhões de doses da vacina sejam produzidas em 2021.

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