Vacina da dengue do Butantan tem eficácia de 79,6%, mostram resultados parciais
Não houve nenhum caso de dengue grave ou com sinais de alarme durante os dois anos de seguimento dos voluntários
A vacina contra a dengue que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan apresentou um promissor índice de 79,6% de eficácia geral para prevenção da doença. Os dados apresentados nesta sexta-feira (16) indicam os resultados iniciais do estudo clínico de fase 3 dos testes.
De acordo com o Butantan, "não houve nenhum caso de dengue grave ou com sinais de alarme durante os dois anos de seguimento dos voluntários".
O Brasil deve fechar 2022 com recorde no número de mortes por dengue. Até o fim de novembro, o País havia registrado 978 óbitos pela doença - em 2015, foram notificados 986 mortes.
Esses resultados fazem referência a análises realizadas entre fevereiro de 2016 e julho de 2021 por 16 centros de pesquisa em diferentes regiões do Brasil - participaram 16.235 voluntários de 2 a 59 anos, que receberam uma dose única da vacina.
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Os pesquisadores observaram a incidência de casos de dengue sintomáticos confirmados por laboratório após 28 dias da vacinação até o segundo ano de seguimento dos indivíduos.
O estudo seguirá até todos os participantes completarem cinco anos de acompanhamento, em 2024.
Participam da pesquisa do Butantan pessoas com e sem exposição prévia ao vírus da dengue. Segundo o instituto, em quem já havia se infectado antes do estudo, a eficácia foi de 89,2%. Já naqueles que nunca tinham contraído a doença, a proteção foi de 73,5%.
A vacina é tetravalente, ou seja, tem capacidade de proteção contra os quatro sorotipos do vírus.
"Os novos dados reforçam a alta capacidade da vacina de gerar resposta imunológica contra a dengue, já observada nas fases anteriores do estudo", disse o Butantan.
Dos 16.235 voluntários que participaram do estudo, 10.259 receberam a vacina. Até 21 dias após a vacinação, somente três (menos de 0,1%) apresentaram eventos adversos graves relacionados ao imunizante.
As reações adversas foram comparáveis entre o grupo que recebeu placebo e o que recebeu a vacina, exceto por reações esperadas que aconteceram fora do local da aplicação, como febre e irritação na pele.