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Vacinação

Vacina da Janssen terá segunda dose após dois meses da primeira, diz ministro da Saúde

A terceira dose, de reforço, poderá ser aplicada cinco meses depois

Vacina da Janssen contra a Covid-19Vacina da Janssen contra a Covid-19 - Foto: Hélia Scheppa/SEI

O Ministério da Saúde anunciou que adotará a segunda dose para a vacina da Janssen, que, até então, era aplicada numa única vez. Quem tiver recebido a primeira poderá tomar a segunda após dois meses. Isso vale para quem já se vacinou com o imunizante. A terceira dose, de reforço, poderá ser aplicada cinco meses depois, conforme anunciado pela pasta nesta terça-feira (16). A data de início ainda não foi anunciada.

Na bula registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina da Janssen "é administrada apenas em dose única de 0,5 mL". Procurada pelo GLOBO, o órgão regulatório informou que não há pedido para mudança de bula em análise até o momento, porque o fabricante não entrou com a solicitação. O imunizante tem autorização de uso emergencial no país.

"No início, a recomendação era de que essa vacina fosse dose única. Hoje, nós sabemos que é necessária essa proteção adicional. Então, esses (indivíduos) que tomaram a vacina da Janssen vão tomar a segunda dose do mesmo imunizante. Como nós temos quantitativos (de vacina), não vai ser um esforço muito grande. Lá na frente, a sequência é: completou cinco meses da segunda dose, receberá a dose de reforço", afirmou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

A dose de reforço será, preferencialmente, da Pfizer. Na falta dela, Janssen ou AstraZeneca devem ser administradas. A decisão se baseia nos resultados de estudo da Universidade de Oxford, encomendado pela pasta, que mostra que a vacinação heteróloga, isto é, com imunizantes de laboratórios diferentes, aumenta a resposta imune.

"O conceito é que a Janssen também requer duas doses para a vacinação primária. As evidências científicas vão sendo construídas com o tempo", completou.

Para especialistas, a mudança segueo que já tem sido adotado pelo Food and Drugs Administration (FDA), nos Estados Unidos:

"A Janssen apresentou os dados para o FDA, que aprovou a segunda dose, a necessidade de reforço para essa vacina, considerando que, agora, o esquema completo serão duas doses",  explica a epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel.

"No meu entendimento, a Janssen teria que apresentar o pedido e a Anvisa mudar o esquema (na bula), a partir dos dados, e aí sim o ministério incorporar. Parece que tem uma inversão da ordem do que deveria acontecer".

Procurada pelo GLOBO sobre a necessidade de segunda dose, a Janssen não respondeu ate a publicação deste texto.

Durante entrevista à imprensa, o ministro anunciou que ampliará a dose de reforço a toda a população adulta, isto é, a partir de 18 anos. Antes, a medida era autorizada para idosos, imunossuprimidos — pessoas com baixa imunidade, isto é, com câncer, HIV ou transplantadas, por exemplo — e profissionais de saúde. O intervalo, que antes era de seis meses para os três grupos, cairá para cinco para todo o público-alvo.

A pasta estima que, a partir de agora, mais de 100 milhões de pessoas estarão aptas a recebê-la nos próximos meses, sendo 12,4 milhões em novembro, 2,9 milhões em dezembro, 12,4 milhões em janeiro, 21,5 milhões em fevereiro, 29,6 milhões, 19,6 milhões em abril e 4,3 milhões em maio. Segundo a pasta, 10.751.598 pessoas já receberam a dose de reforço até o momento.

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