Vacina indiana Covaxin tem eficácia próxima de 81% em análise preliminar
Os dados foram divulgados na quarta-feira (3), mas os resultados ainda são parciais e não correspondem à conclusão do ensaio clínico
A vacina contra Covid-19 da farmacêutica Bharat Biotech, chamada Covaxin, apresentou 80,6% de eficácia em uma análise preliminar dos testes de fase 3 na Índia. Os dados foram divulgados pela própria empresa na última quarta-feira (3).
Os resultados ainda são parciais e não correspondem à conclusão do ensaio clínico. No entanto, a análise interina, que é feita quando há um número suficiente de casos da doença em um dos grupos do estudo (o que recebeu a vacina ou o que recebeu placebo), apontou uma eficácia alta da vacina em proteger contra a Covid-19.
Para chegar a essa taxa, os pesquisadores avaliaram 43 casos confirmados de Covid-19 em um universo de 25.800 participantes -36 deles no grupo placebo e apenas sete casos confirmados no grupo que recebeu a vacina.
A vacina é administrada em duas doses, via intramuscular, com intervalo de 28 dias entre elas.
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O parâmetro que os cientistas consideraram para registrar um caso confirmado foi o resultado positivo no exame de RT-PCR e a presença de sintomas (leves, moderados ou severos) até 14 dias após a aplicação da injeção.
O anúncio não afirmou quais seriam os sintomas necessários para a confirmação da Covid-19. De acordo com os dados divulgados, no entanto, a vacina é segura e bem tolerada, com baixa incidência de efeitos adversos severos.
Agora os pesquisadores devem aguardar uma nova análise interina com 87 casos confirmados. A conclusão do ensaio clínico deve ocorrer quando for atingido o número mínimo de 130 casos de Covid-19.
No Brasil, a empresa brasileira Precisa Medicamentos assinou um contrato no início do ano para compra de doses da Covaxin, as quais seriam doadas para o PNI (Programa Nacional de Imunizações). O governo federal anunciou depois, no último dia 25 de fevereiro, a compra de 20 milhões de doses do imunizante.
Uma MP (Medida Provisória) aprovada na última terça-feira (2) pelo Senado facilita a compra de vacinas pela rede privada. A mesma MP também estabelece o prazo de sete dias para a Anvisa conceder autorização de uso emergencial a um imunizante caso ele tenha recebido aval de alguma autoridade internacional.
A Covaxin foi aprovada para uso emergencial na Índia no início do ano, onde a vacinação já começou com essa vacina. Ela é composta de vírus inativado e produzida em parceria com o Instituto Nacional de Virologia da Índia.
As vacinas de vírus inativado são das mais tradicionais, uma tecnologia já dominada há décadas, dentre as quais as mais conhecidas são a da raiva, pólio e a vacina contra influenza. A Coronavac é um exemplo de vacina contra Covid-19 que usa vírus inativado.