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Coronavírus

Vacinado contra Covid: um item em alta nas plataformas de namoro

Assim, 43% dos quase 1.500 usuários consultados na plataforma de namoro "Coffee Meets Bagel" disseram que se sentiam mais atraídos por alguém que se declarou vacinado

Plataforma de namoroPlataforma de namoro - Foto: Reprodução/Internet

Nas últimas semanas, ser vacinado contra a Covid-19 se tornou um argumento convincente em sites de namoro: alguns usam para facilitar encontros, outros para mostrar sua fé na ciência e manter os antivacinas longe (e vice-versa).

Samantha Yammine, que fala sobre tema relacionados à saúde no Twitter, diz que viu várias mensagens de homens vacinados que afirmam ser "totalmente seguros para um contato íntimo". 

Com esta afirmação esperam aproveitar ao máximo uma vantagem ainda inacessível para a grande maioria da população, especialmente para os jovens. 

“O mais desejável em um site de namoro no momento é ser vacinado”, explica Michael Kaye, gerente de comunicação da plataforma OkCupid. 

Assim, 43% dos quase 1.500 usuários consultados na plataforma de namoro "Coffee Meets Bagel" disseram que se sentiam mais atraídos por alguém que se declarou vacinado.

A jornalista Sarah Kelly, que ainda não recebeu a tão procurada injeção, contou no Twitter que sofreu recentemente a "maior rejeição do mundo em 2021", quando um homem vacinado respondeu em um site de namoro: "você é muito simpática, mas encontrei alguém que já se vacinou”. 

Dezenas de usuários especulam nas redes sociais, de forma bem humorada ou com intenções empresariais, como seria um app de namoro reservado exclusivamente para os felizes destinatários das doses da Pfizer-BioNTech ou Moderna. 

Procurada por alguém que afirmou estar imunizado, Kimberly Te, que ainda não recebeu a vacina, não considerou a informação decisiva. “Só tinha recebido apenas uma dose, então, para mim, não estava protegido da covid”, afirmou. 

Em geral, ela não dá credibilidade a um estranho que afirma ter sido vacinado. "Eu não conheço essas pessoas, então não tenho razão para acreditar nelas em meio a uma pandemia." 

Além disso, como destaca Cristina Vanko, que viu a palavra “vacinado” multiplicar-se nos sites de namoro, “ainda existem poucos estudos sobre a transmissão [do vírus] por vacinados”. 

“A vacina ajuda principalmente quem é vacinado”, sem proteger automaticamente as pessoas com quem estaria em contato, diz.

Mais 'likes' na pandemia 
Para Brittany Biggerstaff, também usuária do Twitter, as pessoas que dizem que foram vacinadas não são mais atrativas por sua imunidade ao vírus, mas pela confiança na ciência. 

“Isso dá uma ideia das opiniões políticas e do conhecimento científico de um potencial parceiro”, afirmou. “Isso aponta para alguém que se preocupa com a covid-19, o que provavelmente é algo que dá um pouco de segurança ao outro”, diz Dawoon Kang, cofundadora da plataforma Coffee Meets Bagel. 

Com a polarização atual, até o namoro pode se tornar político. Na página do fórum de discussão do Reddit, alguns usuários zombam de "todas aquelas mulheres" que encontraram em aplicativos de namoro, "que são cobaias dos gigantes farmacêuticos", nas palavras de um internauta. 

“Uso as opiniões sobre vacinas e máscaras para evitar aqueles idiotas que fazem tudo o que mandam”, acrescenta outro, representante dos céticos da vacina. 

Da mesma forma que atrai uns, a vacina afasta outros. 

Imunizados ou não, depois de quase um ano de pouca ou nenhuma convivência social a vontade de se relacionar continua, às vésperas do Dia dos Namorados, no domingo.

“As pessoas querem alguém ao seu lado, mesmo que seja virtualmente”, explica Michael Kaye do OkCupid. 

No caso das mulheres, os "likes" aumentaram quase 10% (8,8%), em relação ao mesmo período do ano passado, apontou. 

Desde o início da pandemia, os sites de namoro ampliaram suas ofertas, com uma expansão das videoconferências, pouco utilizadas até então, e um aumento dos cafés virtuais e outros encontros. 

A pandemia colocou as conversas e afinidades à frente do contato físico, fortalecendo as relações com o tempo, substituindo as saídas imediatas que muitas vezes não evoluíam para um segundo encontro. 

“Muitas pessoas nos falam: eu analiso mais (...) sou mais honesto com meus 'matches' [os contatos pelo site], sobre o que eu quero”, explica Dawoon Kang. 

Para a dirigente do Coffee Meets Bagel, site que defende encontros que façam "sentido", a pandemia terá sido, desse ponto de vista, como "uma descarga elétrica". 

Entre os internautas que se cadastram na plataforma, mais de 90% afirmam que buscam um relacionamento de longo prazo. "É o nível mais alto que já vimos."

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