Vacinar grávidas contra a Covid protege bebês de serem hospitalizados
Cientistas estudam a transferência de anticorpos contra a Covid entre a mãe grávida e o bebê pela placenta
Bebês nascidos de mães vacinadas durante a gravidez têm cerca de 60% menos probabilidades de ser hospitalizados com a Covid-19, segundo um novo estudo americano publicano nesta segunda-feira (15).
Os cientistas acreditam que esta proteção provém em particular de uma transferência de anticorpos contra a Covid entre a mãe grávida e o bebê, através da placenta.
Os Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos realizaram um estudo com bebês de até seis meses, hospitalizados entre julho de 2021 e janeiro de 2022.
O estudo demonstrou que vacinar as mães durante a gravidez para evitar que os bebês sejam hospitalizados após o parto é eficaz em mais de 61%.
A mãe do único bebê que morreu durante o estudo não estava vacinada. E 84% dos bebês hospitalizados com Covid-19 nasceram de mães não vacinadas.
O estudo não levou em consideração as mulheres que tinham sido vacinadas antes de engravidar. Só foram incluídas aquelas que receberam as duas doses ou a segunda dose das vacinas da Pfizer ou Moderna quando estavam grávidas.
Leia também
• Covid-19: Fiocruz aprova primeiro lote de vacina 100% brasileira
• Recife vacina crianças de 5 a 11 anos nas escolas municipais
• Vacinação itinerante contra Covid-19 acontece em cinco comunidades do Recife até este sábado (19)
"Em resumo, a vacinação materna é uma forma muito importante de ajudar a proteger estes bebês", concluiu a pesquisadora dos CDC, Dana Meaney-Delman, durante encontro com a imprensa.
Embora se espere que nas próximas semanas a Pfizer apresente os resultados dos testes clínicos para uma vacina aplicável a partir dos seis meses de idade, "não se contempla" uma para os menores de seis meses, acrescentou.
O estudo também mostrou que a proteção era maior em bebês cujas mães tinham sido vacinadas quando a gestação estava avançada. Isto parece ser coerente com o fato de que os níveis de anticorpos diminuem nos meses posteriores às injeções.
Mas Dana Meaney-Delman considera importante que a vacinação ocorra em qualquer etapa da gravidez para proteger a mãe em um possível caso grave da doença, caso se infecte, o que também seria perigoso para o feto.