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Barra da Tijuca

"Vamos embora logo", diz, antes da alta, menino que saiu do coma após 16 dias

O caso ganhou grande repercussão após o vídeo do reencontro com a mãe, Tayane Gandra, viralizar e ter milhões de visualizações

Guilherme Gandra Moura, de 8 anoGuilherme Gandra Moura, de 8 ano - Foto: Reprodução

Minutos antes de deixar, enfim, o hospital na Barra da Tijuca, Guilherme Gandra Moura, de 8 anos, está ansioso para sair da unidade, após 22 dias de internação. O pequeno paciente emocionou milhões de pessoas após o vídeo de seu reencontro com a mãe viralizar. Agora, já tem planos para a volta para casa: brincar, ver os amigos, jogar videogame com o irmão e estudar. Por volta das 14h ele deixou o hospital, aplaudido por quem acompanhava.

No início desta tarde, Gui tinha a seu lado na cama um Super Homem e o Gigante Vascaíno, que combinava com a camisa do time que ganhou durante a visita de jogadores. Em contato constante com Pec, ele disse que fez uma cobrança numa das mensagens: — Cadê meu gol?

Desde a última quarta-feira, milhares de pessoas têm acompanhado a recuperação de Gui, por meio de fotos e vídeos que amigos e parentes compartilham nas redes sociais. A notícia da volta para casa, e da rápida melhora que surpreendeu também a equipe médica, trouxe alívio para a família.

— Graças a Deus, depois de 16 dias tensos, de tudo que a gente passou, estamos indo para casa. A gente sentiu muita falta dele, desse Gui que todo mundo está conhecendo agora e que todo mundo está tendo o prazer de conhecer. A doença não é impeditivo de ele ser quem é. O Guilherme é uma criança que traz muitos momentos de alegria pra gente. A fé fez muita diferença na nossa vida. Deus tem nos correspondido, não podemos desviar disso — conta Estevão de Moura, pai de Guilherme.

Mais presentes
Faltando poucos minutos para a alta do hospital, ainda deu tempo para Gui receber mais uma visita. Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) encontraram o pequeno fã da corporação antes mesmo de fazerem a escolta oficial no caminho de volta para casa, após 22 dias de internação. Os policiais aproveitam a ocasião para encontrar um kit completo para o tornar um agente.

O kit contém duas miniaturas de viatura, um talão de multa mirim, um boné e uma caneca, itens necessários para um agente.

— O menino é um fã da PRF, viemos conversando, estávamos agendando uma visita, soubemos que hoje ele teria alta, fomos convidados para essa visita e vamos aproveitar para fazer a escolta dele, uma escolta de honra. A gente vai acompanhá-lo, daqui da saída do hospital até a residência dele para que ele possa já sentir na pele como é um PRF dentro de uma escolta. Para a gente é muito importante esse momento, e gratificante. Ele é um guerreiro, é um exemplo de determinação, e para a gente não tem preço estar podendo participar desse momento agora importante da vida dele que é ter a alta e poder ir para casa — disse José Hélio Macedo, chefe da comunicação social da PRF.

Aos 8 anos, Gui já passou por 23 internações e oito cirurgias. Acompanhado por uma equipe multidisciplinar, requer atenção quanto à saúde. O coma induzido foi necessário para auxiliar na respiração, por meio de intubação.

— O Guilherme chegou bem grave com um quadro de pneumonia. Precisou de intubação, sedação. Foi uma surpresa para nós a evolução dele, que foi muito boa. E agora ele volta pra casa pra vidinha dele normal. Vai fazer acompanhamento com pediatra, dermatologista, fisioterapeuta, nutricionista. Já pode fazer as coisas normais, ir pra escola, brincar — explica Vanessa Barroso, coordenadora da UTI pediátrica do Hospital Vitória.

Festa para recepção
O dia será de comemoração. Parentes e amigos esperam a chegada de Gui com uma festa no condomínio onde mora com a mãe e o irmão, de 14 anos, em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio. Além dos amiguinhos da escola e do condomínio, familiares e vizinhos foram convidados para celebrar a tão aguardada alta médica, prevista para a tarde desta terça-feira.

O menino ainda não sabe sobre a festa. Tudo está sendo preparado para surpreendê-lo. Guilherme também não imagina que ao deixar o hospital será escoltado por policiais rodoviários federais.

— Ele vai ficar muito feliz. Guilherme é uma criança comunicativa. Vai amar a surpresa e ainda reencontrar todos os amigos. Será muito emocionante — diz a professora de Gui Andrea Oliveira.

Estevão Moura, pai de Guilherme, conta que o filho está ansioso para voltar para casa e só pensa em estar na companhia do irmão. Os dois costumam jogar vídeo games juntos, mas com o retorno das aulas, os irmãos só se estiveram juntos por algumas horas no fim de semana.

— Estou tão ansioso quanto ele. Foram momentos muito difíceis, mas estamos muito gratos por todo esse carinho e bençãos recebidas — afirma.

A lista de compromissos na agenda de Gui para os próximos dias é extensa. Além dos cuidados médicos, que incluem sessões de fisioterapia e acompanhamento com nutricionista, pediatra, dermatologista, o menino também tem na programação a visita ao Centro de Treinamento do Vasco, time de coração, para assistir aos treinos e o convite para entrar em campo com os jogadores, na próxima partida do time com a participação da torcida.

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