Vape: brasileiros associam o cigarro eletrônico à modernidade; mostra nova pesquisa
Os dados mostram que 45,1% dos entrevistados não sabem sobre a proibição destes aparelhos em território nacional
Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEF), também conhecidos como cigarros eletrônicos, pods ou vapes, são proibidos no Brasil por decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Contudo, como mostra uma nova pesquisa realizada pela HSR Health, em parceria com o Observatório de Oncologia, muitos brasileiros ainda não conhecem as normas e, além disso, consideram os aparelhos algo moderno.
Segundo o levantamento, 87,2% dos entrevistados sabem o que são estes dispositivos, mas apenas 54,9% estão cientes do fato de que é um produto ilegal. Além disso, enquanto 44,6% veem os vapes como apetrechos modernos e 20,7%, como descontraídos. Por outro lado, 60% acreditam que fumá-lo causa malefícios à saúde.
Do total, 74,6% informaram nunca ter utilizado qualquer tipo de cigarro eletrônico, enquanto 19,4% afirmam ter utilizado pelo menos uma vez. Dos que já fumaram, 2,8% disseram que usam com frequência.
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Segurança do uso
Dentre os riscos associados anteriormente aos dispositivos, 90,3% sabem que o uso de cigarros eletrônicos pode estar associado ao desenvolvimento de câncer, e 94,8% estão cientes da presença de substâncias tóxicas nos DEFs e 94,3% consideram que eles podem ser um fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas.
Contudo, 74,5% acreditam que os vapes ou pods podem ser utilizados em bares e restaurantes com áreas abertas. Assim como locais fechados foram considerados dentro das normas por 16,6% destes participantes.
Por que os cigarros eletrônicos são proibidos?
Um dos principais motivos é porque eles causam dependência devido à presença da nicotina. Uma pesquisa do Hospital das Clínicas da USP indicou que o cigarro tradicional apresenta um limite de 1 mg desta substância, já os eletrônicos podem chegar a 57 mg por ml. Ainda, segundo a Associação Médica Brasileira (AMB), um único vape equivale a um maço com 20 cigarros.
Outro ponto defendido por especialistas é que os aparelhos apresentam até 2 mil substâncias, a maioria sem origem ou nome revelados. Suas embalagens coloridas e sabores frutados são considerados fatores atrativos para adolescentes, considerados os principais consumidores dos cigarros eletrônicos.
Uma pesquisa feita pela Universidade College London (UCL), na Inglaterra, em parceria com a Universidade de Innsbruck, na Áustria, descobriu que estes aparelhos podem danificar o DNA, o que possivelmente indica a possibilidade de desenvolvimento de câncer.
Desta forma, no Brasil, a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa) proibiu a produção, distribuição, armazenamento e transporte dos vapes. Esta medida reforça a já existente desde 2009 que veda a importação, a comercialização e a propaganda em território nacional.