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SAÚDE

Vape: influenciadora viraliza ao demonstrar jeito "natural" de parar de fumar cigarro eletrônico

Estima-se que cerca de 2,5 milhões de jovens americanos usam vape, porém, inúmeras pesquisas apontam possíveis danos à saúde pulmonar e cardíaca

Nikki J. Owen alcançou 6 milhões de pessoas dizendo que cheirar morango pode ser a chave para parar de fumar cigarro eletrônico Nikki J. Owen alcançou 6 milhões de pessoas dizendo que cheirar morango pode ser a chave para parar de fumar cigarro eletrônico  - Foto: Reprodução/ TikTok

Uma influenciadora está viralizando nas redes ao mostrar um jeito um tanto inusitado para jovens pararem de usar o cigarro eletrônico: cheirar morango. Estima-se que cerca de 2,5 milhões de jovens americanos usam vape, porém, inúmeras pesquisas apontam possíveis danos à saúde pulmonar e cardíaca.

“Não existem produtos de tabaco isentos de riscos, mas os cigarros eletrônicos, por exemplo, são 95% menos prejudiciais que os cigarros. É muito melhor para um fumante mudar de cigarros comuns para cigarros eletrônicos ou sachês de nicotina oral do que continuar fumando", explicou o médico especializado em questões globais de saúde pública, Delon Human, um dos autores do relatório “A experiência sueca: um roteiro para uma sociedade sem fumo”, em comunicado.

Nikki J. Owen, dona do canal healing Hub (centro de cura, em tradução livre), conseguiu alcançar mais de 6 milhões de pessoas com seu vídeo dizendo que a chave para parar de fumar cigarros eletrônicos é cheirar morango.

“Você está lutando contra o vape porque realmente sente falta do gosto? Eu tenho o jeito simples de você dar a volta por cima com isso. Se você gosta de morangos, pegue um morango, inspire e depois respire fundo três vezes com a fruta perto do nariz. É tentadoramente lindo”, diz.

Confira o vídeo:

 

@healinghubuk

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Os médicos e especialistas, entretanto, afirmam que para parar de fumar cigarros e vapes são necessários outros meios como adesivos, pílulas e gomas de reposição de nicotina, ou terapia psicológica.

A Associação Americana do Coração (AHA) alertou que os dispositivos vape contêm um coquetel de nicotina, espessantes, solventes e sabores que provavelmente representam os mesmos riscos graves para a saúde cardiovascular, incluindo o aumento dos níveis de pressão arterial, como fumar cigarros.

A política da AHA para desencorajar o uso de cigarros eletrônicos, antes considerados produtos viáveis para parar de fumar, foi uma das mais fortes de uma associação médica influente nos últimos anos.

Entretanto, o Centro de Prevenção de Doenças (CDC) alerta que os cigarros eletrônicos são prejudiciais para qualquer pessoa que nunca tenha fumado cigarros antes – e só devem ser usados para ajudar fumadoras adultas que não estejam grávidas e que pretendam deixar de fumar.
 

Segundo um estudo feito pelo Center for Tobacco Research do The Ohio State University Comprehensive Cancer Center e da Southern California Keck School of Medicine, ambos dos Estados Unidos, apenas 30 dias de consumo dos chamados vapes podem gerar problemas respiratórios severos, mesmo em pessoas com boas condições de saúde e pouca idade, público que mais consome esse tipo de produto.

Segundo eles, o levantamento contribui para as evidências já existentes de que o uso de cigarros eletrônicos está associado a um risco maior de problemas respiratórios, apontando, também, que “reguladores devem considerar as descobertas e trabalhar para minimizar o impacto negativo do uso de cigarros eletrônicos na saúde dos jovens”.

As vendas teriam sido impulsionadas principalmente por produtos com sabores doces e frutados, populares entre adolescentes. O aumento ocorreu mesmo com uma repressão federal que impôs mais restrições ao marketing para esse tipo de cigarro e para a variedade de sabores oferecidos.

Proibição no Brasil
No Brasil, a venda, a importação e a publicidade dos cigarros eletrônicos é proibida. No ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revisou a questão e decidiu pela manutenção dessa proibição destes dispositivos. Os argumentos científicos que balizaram a decisão incluíram o fato de estudos mostrarem que o uso de cigarros eletrônicos não é útil para tratar o tabagismo ou parar de fumar, além de causar dependência e riscos à saúde, devido à presença da nicotina, uma substância psicoativa.

Outro ponto importante citado na reunião da agência é o fato dos usuários desses dispositivos tenderem a acreditar que os riscos são menores e não se considerarem fumantes, por exemplo. Segundo estudos, o uso leva a uma maior chance de desenvolver sintomas respiratórios, como falta de ar, chiado no peito e broncoespasmo mesmo com pouco tempo de uso.

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