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Coronavírus

Variante brasileira do coronavírus é 'ameaça para mundo inteiro', diz jornal americano em editorial

Washington Post disse que 'o que acontece no Brasil não fica no Brasil' e 'isso é um problema para todos'

Vítimas da Covid-19 enterradas em cemitério em ManausVítimas da Covid-19 enterradas em cemitério em Manaus - Foto: Michael Dantas/AFP

Novo epicentro mundial da Covid-19, o cenário da pandemia no Brasil desperta preocupação em todo o planeta, sobretudo com a variante P.1, descoberta inicialmente no Amazonas.

Em opinião assinada por seu conselho editoral e publicada nesta sexta-feira (5), o jornal americano Washington Post, um dos principais do país, afirmou que a variante  brasileira é "uma ameaça para o mundo inteiro".

"O Brasil está cambaleando com a pandemia do coronavírus e sua agonia deveria ser um alerta para o mundo. Quando o vírus está se espalhando sem controle e sofrendo mutação como no Brasil, ele representa um perigo potencial em todos os lugares", diz o texto.

Esta semana, o Brasil bateu seguidamente seu próprio recorde de mortes por coronavírus duas vezes. Na quarta-feira (3), segundo dados do Ministério da Saúde, o País confirmou 1.910 óbitos em apenas 24 horas.

No editoral, o Washington Post ainda elenca a situação caótica do País: o sistema de saúde de quase todos os estados próximo ao colapso e a negação do presidente Jair Bolsonaro que encara a pandemia como uma "gripezinha" e recomenda "remédios inúteis como a hidroxicloroquina".

"O país foi consumido por divisões internas e parece incapaz de sair do abismo; sua campanha de vacinação está sofrendo com a escassez e atrasos", continua o editorial.

O jornal ainda compara a atuação de Bolsonaro (sem partido) com o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. 

"[Bolsonaro] deu ao vírus uma abertura para se espalhar, especialmente a partir de reuniões em massa durante as eleições de novembro, em seguida, os feriados e, finalmente, as celebrações do Carnaval", acrescenta o Washigton Post.

Por fim, lembrando a citação do epidemiologista brasileiro Miguel Nicolelis de que se o Brasil não controlar o vírus, se transformaria no maior laboratório aberto do mundo para o vírus sofrer mutação, o Washington Post disse que "o que acontece no Brasil não fica no Brasil" e "isso é um problema para todos".

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