Variante do coronavírus faz casos de Covid subirem na França
EG.5, ou simplesmente Eris, já representa cerca de 35% dos casos da doença no país
Uma nova variante do coronavírus está fazendo disparar os casos de Coivd-19 na França. Desde o dia o mês de julho, a incidência da variante EG.5, também conhecida como Eris, foi de zero casos para 35% de todos os registros da doença feitos no país.
O levantamento, no entanto, é considerado positivo, uma vez que se trata de uma versão mais branda da doença e que toma espaço de variantes mais agressivas, como a ômicron, segundo a agência RFI.
Mesmo estando enfrentando um dos verões mais quentes dos últimos anos, a França (e demais países europeus) apresenta uma tendência de alta nos casos da doença, decorrente das aglomerações frequentes no verão europeu.
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Os números no país também seguem uma tendência vista em todo o Hemisfério Norte. O Reino Unido apresentou um aumento de 15% no número de infecções com os Estados Unidos tendo uma taxa de 17%, a mesma observada, em média, em países da Ásia.
Segundo pesquisadores, a variante EG.5 teria sofrido duas mutações sucessivas, tornando-a aparentemente mais transmissível e mais resistente aos anticorpos desenvolvidos pelas vacinas, portanto, sendo mais contagiosa. Por outro lado, os sintomas são leves, os considerados clássicos de um vírus respiratório, como tosse, febre e resfriado.
Nova fase
Seguramente, frisam especialistas, a OMS não conseguirá ter recomendações universais contra a propagação do coronavírus, como fez durante a pandemia. Muitas pessoas estão protegidas pela vacinação, por infecção prévia ou ambas.
Em entrevista à revista Nature, a vacinologista Annelies Wilder-Smith, da London School of Hygiene and Tropical Medicine, disse que o mundo entrou “numa nova era, que requer medidas diferentes e variadas”.
A maioria dos países tende a continuar a oferecer imunizantes apenas para os grupos vulneráveis. França, Suécia e Reino Unido, por exemplo, pararam de dar doses de reforço para pessoas saudáveis com menos de 50 anos.
Já os Estados Unidos e o Japão devem continuar a recomendar doses de reforço para todas as faixas etárias, pelo menos até o fim deste ano.
O virologista Amilcar Tanuri, professor titular e um dos coordenadores do Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirma que embora haja uma exaustão mundial com a pandemia, o coronavírus não dá sinais de cansaço, continua a evoluir. E, por isso, a vigilância epidemiológica e a pesquisa são essenciais.
— A pandemia acabou e nenhuma variante recente é motivo de alarme, mas temos muito ainda a descobrir sobre o coronavírus se não quisermos ser pegos de surpresa. Não houve sequer tempo para estudar a redução da imunidade. Sabemos que ela diminui com o tempo. Mas em quanto tempo e com que intensidade? São muitas as perguntas ainda sem resposta — enfatiza.