Varíola dos macacos sob monitoramento em Pernambuco
De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, nove pessoas estão em isolamento familiar e duas estão internadas
Após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar, no último sábado (23), que a varíola dos macacos (Monkeypox) configura emergência de saúde pública de interesse internacional, as atenções se voltam para como os países vão enfrentar e conter o avanço da doença.
Segundo o Ministério da Saúde (MS), o Brasil articula junto à OMS a aquisição da vacina contra a doença. As negociações estão sendo realizadas de forma global com o fabricante a fim de ampliar o acesso ao imunizante pelos países onde há casos confirmados da doença. A vacina, a priori, seria aplicada em pessoas que tiveram contato com casos suspeitos e em profissionais de saúde com alto risco ocupacional diante da exposição ao vírus, seguindo, assim, a atual recomendação da OMS para países não endêmicos.
De acordo com o MS, há, até o momento, 696 casos confirmados de varíola dos macacos no Brasil, sendo a maior concentração em São Paulo, com 506 pessoas infectadas. Em Pernambuco, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), até o fechamento dessa edição, há 11 notificações, sendo três casos confirmados e oito em investigação.
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Casos em Pernambuco
Em nota à imprensa, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou que "acompanha atentamente as discussões científicas sobre a transmissão e o tratamento de casos da Monkeypox, como também os informes repassados pelo Ministério da Saúde (MS) e Organização Mundial de Saúde (OMS) quanto à circulação do vírus no país e no mundo. A pasta destaca ainda que a vigilância epidemiológica estadual emitiu nota técnica, em junho, para os serviços de saúde das redes pública e privada sobre as diretrizes a serem adotadas para vigilância, acompanhamento e manejo clínico dos casos suspeitos e confirmados da doença no território. A nota está disponível no site do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco (Cievs-PE).
O decreto de emergência da OMS ainda não estabeleceu fatores que levassem à necessidade de atualização desta nota. A SES-PE segue atenta para fazer atualizações técnicas.
Atualmente, o Estado de Pernambuco totaliza onze notificações, sendo três casos confirmados da doença e outros oito que estão sendo investigados para confirmação ou não do diagnóstico. Todos os três pacientes com confirmação laboratorial têm histórico de viagem para fora do Estado, em locais que já confirmaram transmissão autóctone da doença. Desta forma, Pernambuco ainda não registra transmissão local da Monkeypox. Dos onze casos notificados, nove estão em isolamento domiciliar e apenas dois deles está internado em unidade hospitalar privada.
A monkeypox, fora da região endêmica (na África), segue mantendo um padrão de baixa letalidade e apresentando como característica o surgimento de casos leves e autolimitados. Diante da suspeita, recomenda-se imediato isolamento e comunicação às autoridades de saúde.
Por fim, a SES-PE esclarece que quanto à aquisição de vacinas contra a doença, existem tratativas do Ministério da Saúde com a Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre o tema e que o Estado acompanha a possibilidade do imunobiológico ser inserido no Plano Nacional de Imunização (PNI). Porém, é importante frisar que para utilização de qualquer imunizante no país, este precisa de autorização da agência reguladora, a Anvisa."
Monitoramento no Recife e RMR
Também procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife informou que está atenta à situação epidemiológica de Monkeypox não apenas na Capital, mas no Brasil e no mundo. A pasta afirmou, ainda, que a Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde (Sevs) da Sesau vem monitorando os casos no Recife e orientando toda a Rede Municipal de Saúde quanto ao manejo de pacientes suspeitos.
Nota na íntegra da Prefeitura do Recife:
"A Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife esclarece que está atenta à situação epidemiológica de Monkeypox não apenas na capital, mas no Brasil e no mundo. A Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde (Sevs) da Sesau vem monitorando os casos no Recife e orientando toda a Rede Municipal de Saúde quanto ao manejo de pacientes suspeitos. Na última semana, a Sevs enviou uma nota informativa às unidades de saúde do município com esclarecimentos quanto à vigilância, diagnóstico e medidas de prevenção da doença".
Nota na íntegra da Prefeitura de Olinda:
"A Prefeitura de Olinda, por meio da Secretaria de Saúde, esclarece que permanece com as equipes técnicas da Vigilância em Saúde em constante monitoramento quanto aos desdobramentos da doença. A gestão do município ressalta, ainda, que vem seguindo as orientações do órgão estadual, o que prevê uma fase de divulgação e orientação a população. O trabalho deve se estender em toda a Rede Municipal."
Nota na íntegra da Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes:
"A Secretaria de Saúde do Jaboatão dos Guararapes já emitiu orientações para os profissionais da saúde sobre os procedimentos a serem adotados nos casos suspeitos de varíola do macaco. A determinação é de isolamento nos casos de sintomas, tanto respiratório quando de contato."
Principais sintomas da varíola dos macacos e como proceder em caso de suspeita?
A OMS aponta sintomas diferentes para quadros suspeitos e para quadros prováveis, fique atento:
Casos suspeitos - pessoa de qualquer idade com pústulas (bolhas) na pele de forma aguda e sem explicação, e esteja em um país onde a varíola dos macacos não é endêmica, mais dor de cabeça, febre acima de 38,5°C, linfonodos inchados, dores musculares e no corpo, dor nas costas, forte fraqueza
Casos prováveis - sintomas parecidos aos dos casos suspeitos, além de contato físico pele a pele ou com lesões na pele, contato sexual ou com materiais contaminados 21 dias antes do início dos sintomas, histórico de viagem a um país endêmico ou ter tido contato próximo com possíveis infectados no mesmo período e/ou ter resultado positivo para um teste sorológico de orthopoxvirus
O isolamento é indicado cajo seja confirmada a contaminação
Período de incubação: de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias
Fontes: Biblioteca Virtual em Saúde (MS) e Instituto Butantan