Vassourinhas do Recife celebra aniversário no 1º Arrastão do Frevo do ano, neste domingo (5)
Clube centenário desfilou pelas ruas do Bairro do Recife na véspera de completar 136 anos, estreando no projeto promovido pelo Paço do Frevo
O abre alas para o Carnaval de 2025 no Recife foi marcado, ontem, com o primeiro “Arrastão do Frevo” do ano, na véspera do aniversário de 136 anos do Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas do Recife, que estreou no projeto do Paço do Frevo que leva, uma vez por mês, agremiações carnavalescas para desfilar pelas ruas do Bairro do Recife.
Dono de um dos hinos mais conhecidos e festejados de todos os carnavais, o clube concentrou seus brincantes e passistas da Cia de Frevo do Recife em frente ao museu, e o cortejo saiu, pontualmente às 16h, animando os foliões pelas ruas do Bairro do Recife, ao som da Independente Frevo Orquestra.
Com repertório de clássicos do ritmo a exemplo da "Marcha Nº 1", o Vassourinhas manteve a tradição de sua rica história, que tem passagens marcantes como a heróica expedição que promoveu, em 1951, levando o frevo de navio ao Rio de Janeiro, então capital federal, que se rendeu ao ritmo.
Na mesma expedição, uma parada na Bahia influenciou a criação do trio de Dodô e Osmar com seu frevo eletrificado, fatos que estão na exposição "Mancha de Dendê Não Sai - Moraes Moreira", em cartaz no Paço do Frevo desde setembro de 2024.
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“É uma alegria para gente, do Paço do Frevo, receber o Vassourinhas do Recife, principalmente pela história centenária do Clube, que comemora aqui seu aniversário no 'Arrastão do Frevo', que é só o primeiro do ano todo”, disse Natália Dantas, coordenadora do Paço do Frevo.
“O frevo continua cada vez mais forte. É como se fosse a abertura do Carnaval no Recife e estamos felizes de estar aqui”, disse Hebert Manoel, maestro da Independente Frevo Orquestra.
“O Vassourinhas do Recife é uma referência. Inclusive, o Vassourinhas de Olinda surgiu depois do de Recife. E ele está abrindo com uma orquestra que é fundamental e tem tradição no Carnaval. É histórico!”, comentou a professora Raquel Eduardo, 65, que desfila com o Clube há muitos anos.
Vassourinhas
Uma pesquisa do jornalista José Teles aponta várias versões para o nascimento do Clube. "Mas a que se considera a mais próxima da verdade, pela riqueza em detalhes, é a de Nô Pavão, que foi presidente do Vassourinhas na 1ª década do século 20. A maneira como surgiu o Vassourinhas, afirma ele, foi que Andrade, alfaiate, e outros, quando terminavam o trabalho, ao meio-dia, iam fazer a farra na Adega Portuguesa, esquina do Beco do Sarapatel com o Pátio do Carmo", descreve Teles.
"Aos domingos, muitos compareciam para farrear na casa de Andrade, e em uma dessas farras, apareceu a ideia de formar um clube. Na discussão sobre seu nome veio o de Vassourão. E houve protestos, não servia. Prosseguiram na busca do nome ideal, tendo então aparecido outros nomes, logo rejeitados, mas alguém pegou numa vassoura e propôs o nome de Vassoura, que soou mal, sem dúvida, quando em seguida uma pessoa disse Vassourinhas, que agradou e foi aprovado", completa o jornalista.