Vaticano esclarece posicionamento do papa Francisco sobre a Ucrânia
Francisco não deixou de condenar a guerra e nem de manter uma abertura diplomática com a Rússia
O Vaticano esclareceu nesta terça-feira (30) a posição do papa Francico sobre a Ucrânia e denunciou uma "guerra bárbara desencadeada pela Rússia", após uma declaração sobre a filha de um ideólogo russo que irritou a diplomacia ucraniana.
"As palavras do Santo Padre sobre o dramático assunto devem ser lidas como uma voz levantada para defender a vida humana e os valores associados a ela, e não como uma posição política", disse a Santa Sé em comunicado.
Na quarta-feira (24), durante sua audiência geral semanal, Francisco se referiu à "pobre moça que detonou uma bomba sob o assento de um carro em Moscou", referindo-se à morte de Daria Dugina, jornalista e cientista política de 29 anos, filha do considerado ideólogo do presidente russo Vladimir Putin, Aleksandr Dugin.
Leia também
• Papa Francisco nomeia 20 cardeais com o olhar voltado para sua sucessão
• Papa Francisco prepara o futuro da Igreja com a posse de 20 cardeais
• Papa pede à Coreia do Norte que o convide para visita
Essa frase provocou uma reação inédita do embaixador da Ucrânia na Santa Fé, Andrii Yurach, que classificou o discurso do papa como "decepcionante" em um tuíte.
No dia seguinte, o núncio apostólico na Ucrânia foi convocado pelo Ministério das Relações Exteriores em Kiev.
"Quanto à guerra em larga escala na Ucrânia, desencadeada pela Federação Russa, as intervenções do Santo Padre são claras e sem equívocos ao condená-la como moralmente injusta, inaceitável, bárbara, sem sentido, repugnante e sacrílega", acrescenta o comunicado.
Francisco, que não deixou de condenar a guerra e nem de manter uma abertura diplomática com a Rússia, reiterou no final de julho seu "desejo" de viajar para a Ucrânia, sem especificar uma data.