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Vaticano pede aos europeus que "se lembrem de suas raízes migratórias"

"É fácil dizer: 'A migração é uma crise mundial'. É falso e estúpido, mas dá medo", alertou um jesuíta nascido na Tchecoslováquia

Vaticano pede aos europeus que "se lembrem de suas raízes migratórias" Vaticano pede aos europeus que "se lembrem de suas raízes migratórias"  - Foto: Christophe Simon/AFP

O responsável do Vaticano para as migrações instou, nesta segunda-feira (3), os eleitores da União Europeia a "se lembrarem de suas raízes migratórias", dias antes das eleições que podem consolidar a crescente influência da extrema direita.

"Seria útil que os europeus se lembrassem de suas raízes migratórias (...) É uma pena que depois de uma ou duas gerações, uma família [as] esqueça", declarou o cardeal canadense Michael Czerny, prefeito do Dicastério (ministério) para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, encarregado da Justiça Social e Migração.

"Frequentemente, a propaganda e a ideologia sugerem que os migrantes fogem por prazer ou aventura: isso é falso, falso, falso. É lamentável que tenhamos que seguir insistindo nisso", indicou em uma coletiva de imprensa. "É muito importante compreender o que significa se ver empurrado pela realidade, pela história, a fugir".
 

Monsenhor Czerny, um jesuíta nascido na Tchecoslováquia, pronunciou essas palavras durante a apresentação da mensagem do papa Francisco para a Jornada Mundial do Migrante e do Refugiado, que acontecerá em 29 de setembro.

Também pediu que se reconheça os imigrantes como "irmãos e irmãs", uma forma de "mudar completamente" a perspectiva sobre esse tema quente e uma das principais questões em jogo nas eleições que acontecerão de 6 a 9 de junho nos 27 Estados-membros da UE.

"É fácil dizer: 'A migração é uma crise mundial'. É falso e estúpido, mas dá medo", alertou.

As pesquisas preveem um grande crescimento das forças nacionalistas, eurocéticas e de extrema direita. Alguns dos movimentos pertencentes a essas forças realizam campanhas de desinformação online, especialmente sobre a imigração.

Em sua mensagem, o papa argentino de 87 anos, que não deixou de defender a causa dos refugiados desde sua eleição em 2013, instou mais uma vez a ajudar e a acolher "aqueles que tiveram que abandonar sua terra em busca de condições de vida dignas".

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