Veja a mansão do líder do grupo mercenário Wagner que foi alvo de operação na Rússia
Casa de Yevgeny Prigozhin foi invadida pela polícia russa, em São Petersburgo
O chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigojin, tornou-se alvo de críticas na Rússia após a mídia estatal ter divulgado imagens de sua mansão, em São Petersburgo. A casa de luxo foi invadida pela polícia russa durante o breve e fracassado motim contra o Kremlin no final de junho. A publicação das fotos e vídeos tem sido interpretada como uma tentativa do presidente Vladimir Putin desacreditar o líder dos paramilitares.
As imagens mostram a fachada da mansão, com um helicóptero estacionado no heliporto privativo situado no jardim. As fotos também incluem registros das amplas salas, com decoração luxuosa, equipadas com mesas de madeira e mesa de sinuca.
Os policiais filmaram um spa particular, um oratório e um ambulatório médico. Os agentes ainda fizeram imagens de barras de ouro, caixas cheias de maços de dinheiro, passaportes, um esconderijo de armas, itens com o símbolo do grupo Wagner e várias perucas.
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O site de notícias Fontanka, com sede em São Petersburgo, também disse que os investigadores encontraram uma fotografia de "cabeças decepadas" na casa. Os mercenários de sua organização são frequentemente acusados de abusos em meio a confrontos.
O Fontanka também publicou uma fotografia mostrando uma enorme marreta em uma sala da casa, cuja "cabeça" de metal traz a mensagem: "Em caso de negociações importantes".
A marreta é um dos símbolos do grupo Wagner, que se vangloria de ostentar essa arma para executar ou torturar seus inimigos.
As imagens da mansão foram exploradas na televisão russa. De acordo com a NBC, o programa "60 Minutes", exibido rede estatal Russia-1, zombou do aparente estilo de vida luxuoso de Prigozhin e ressaltou o contraste com a imagem que ele construía publicamente, a de "herói do povo" e crítico da corrupção militar na Rússia. O apresentador do "60 Minutes", Yevgeny Popov, classificou Prigozhin de "traidor".
Rebelião
A rebelião de Wagner em 24 de junho abalou o poder na Rússia em meio ao conflito com a Ucrânia.
Por várias horas, os combatentes paramilitares ocuparam um quartel-general do exército russo em Rostov-no-Don, no sudoeste do país, e iniciaram uma marcha em direção a Moscou.
O motim terminou na noite de 24 de junho com um acordo que contemplava a partida de Prigojin para Belarus. O líder mercenário garantiu que não buscava derrubar o poder, mas sim, impedir o desmantelamento de Wagner.
Desde então, as principais vozes da mídia pública russa o retratam como um empresário "ganancioso" que "enlouqueceu" depois de anos enriquecendo com contratos estatais.
Nenhuma sanção contra os amotinados foi anunciada, mas o futuro das empresas de Prigojin, seu império de mídia e sua influência na Rússia e no exterior, especialmente na África, é incerto.