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Reino Unido

Veja as supostas festas ilegais que ameaçam legitimidade de Boris Johnson

O governo de Boris Johnson é acusado de celebrar uma dezena de festas enquanto obrigava os britânicos a reduzirem drasticamente seus contatos pessoais devido ao coronavírus

Primeiro-ministro britânico, Boris JohnsonPrimeiro-ministro britânico, Boris Johnson - Foto: Peter Cziborra / POOL / AFP

Uma festa de Natal, uma confraternização de despedida, vinho e queijo ao sol... o governo de Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, é acusado de celebrar uma dezena de festas em pleno confinamento, enquanto obrigava os britânicos a reduzirem drasticamente seus contatos pessoais devido ao coronavírus.

15 de maio de 2020

Uma foto publicada pela imprensa mostra o primeiro-ministro, sua agora esposa (então noiva), Carrie, e colaboradores do governo saboreando queijos e vinhos no jardim de Downing Street. 

O país estava em meio ao primeiro confinamento, e os encontros sociais estavam proibidos. Johnson alegou que se tratava de "pessoas no trabalho, falando de trabalho".  

20 de maio de 2020

Cerca de 100 pessoas são convidadas, por um e-mail enviado pelo secretário particular do primeiro-ministro, Martin Reynolds, para "aproveitar o bom tempo", tomando algumas bebidas "com distanciamento social" nos jardins da residência oficial. 

Naquele momento, os britânicos podiam se encontrar apenas com uma pessoa, ao ar livre e em um local público. 

Estima-se que 40 pessoas compareceram, entre elas Boris Johnson e Carrie. 

13 de novembro de 2020

A imprensa fala de uma festa com colaboradores na residência oficial de Johnson. O dirigente alega que "as normas foram cumpridas o tempo todo". Nesse momento, o Reino Unido estava em seu segundo confinamento.  

27 de novembro de 2020

Testemunhas anônimas citadas pela imprensa afirmam que, apesar do confinamento, aconteceu uma festa de despedida para uma funcionária de Downing Street. Nela, o primeiro-ministro teria, inclusive, discursado. O encontro teria reunido cerca de 50 pessoas em uma sala. 

10 de dezembro de 2020

O Ministério da Educação confirmou que, em 10 de dezembro, celebrou uma festa, na qual cerca de 20 pessoas se reuniram para tomar "bebidas e canapés". Depois do fim do segundo confinamento na Inglaterra, Londres ainda aplicava restrições que proibiam pessoas de casas diferentes de se reunirem em espaços fechados.

14 de dezembro de 2020

Após a publicação de uma foto na imprensa, o Partido Conservador admitiu a celebração de uma festa não autorizada em sua sede de Londres, organizada pela equipe do então candidato à prefeitura de Londres, Shaun Bailey. A partir de então, ele renunciou como presidente da comissão de polícia e crime da prefeitura de Londres.  

15 de dezembro de 2020

O jornal Sunday Mirror publica uma foto do primeiro-ministro, ao lado de dois assessores, participando de um concurso de perguntas online. Downing Street admitiu que o dirigente participou "brevemente" do ato, destacando que era virtual.  

16 de dezembro de 2020

O Ministério de Transportes pediu desculpas por uma festa de Natal "inadequada" celebrada em seus escritórios.   

18 de dezembro de 2020

Uma colaboradora próxima de Johnson renunciou ao cargo, após brincar em um vídeo que viralizou sobre uma festa de Natal à qual teriam comparecido cerca de 40 pessoas nesse dia, em Downing Street. 

O primeiro-ministro disse que estava "furioso" e que, desde que o assunto começou, foi "garantido repetidamente" que "não aconteceu nenhuma festa" e que "nenhuma regra" foi violada.

Outras infrações dos confinamentos

Dominic Cummings, o superinfluente ex-assessor de Johnson e cérebro da vitoriosa campanha do Brexit, admitiu na primavera de 2020 (outono no Brasil) que infringiu as normas ao viajar com sua família em pleno confinamento, o que estava proibido. 

Em junho do ano passado, o então ministro da Saúde, Matt Hancock, renunciou por desobedecer as regras ao manter relações físicas com uma colaboradora. 

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