Cobrança

Veneza vai aplicar taxas a visitantes de um dia para prevenir turismo de massa

Ficarão isentas de pagar a taxa as pessoas menores de 14 anos e turistas

Veneza exigirá pontualmente, a partir de 2024Veneza exigirá pontualmente, a partir de 2024 - Foto: Filippo Monteforte/AFP

Veneza exigirá pontualmente, a partir de 2024, uma taxa de 5 euros aos turistas que visitam a cidade durante o dia, vítimas de um turismo de massa e ameaçados de entrar para a lista de património em perigo da Unesco.

Ficarão isentas de pagar a taxa as pessoas menores de 14 anos e os turistas que passam pelo menos uma noite em Veneza.

O objetivo da medida, aprovado nesta terça-feira (12) pela Câmara Municipal, é dissuadir os visitantes de um dia, que lotam uma cidade conhecida no mundo inteiro por seus canais, pontes, palácios e obras de arte.

Em 2024, a taxa, que poderá ser paga pela internet, incidirá no máximo sobre os 30 dias em que o número de turistas costuma ser mais elevado, especialmente na primavera e no verão europeu. O calendário dos dias em questão será divulgado mais adiante.

"É um primeiro passo [...] Estamos experimentando", disse o prefeito da cidade italiana, Luigi Brugnaro, que promete um sistema de fácil utilização.

No fim de julho, a Unesco - agência da ONU para educação, ciência e cultura - havia recomendado incluir a cidade na lista do patrimônio mundial em perigo, ao considerar que a Itália havia tomado medidas "insuficientes" até então para lutar contra a observação da cidade.

A agência da ONU argumentou que o impacto da mudança climática, através da elevação do nível do mar, e o turismo de massa ameaçavam "causar mudanças irreversíveis no valor universal e excepcional" do patrimônio da cidade.

Contudo, a advertência da Unesco é apenas indicativa, já que, para que Veneza entre na lista de patrimônio em perigo, é necessário o aval dos Estados-membros presentes em uma reunião da comissão de patrimônio mundial, que acontece neste momento na Arábia Saudita.

Por isso, a taxa foi aprovada em uma hora bastante oportuna para Veneza, que vinha protelando há anos a tomada de medidas drásticas, como importar uma reserva prévia, ou limitar o número de entradas na cidade.

Veneza é uma cidade insular composta por 118 ilhas interligadas por centenas de pontes e passagens. Foi fundada no século V e transformada em grande potência marítima no século X. Passou a fazer parte do patrimônio mundial da Unesco em 1987.

Conhecida como Sereníssima, é uma das cidades mais visitadas do mundo. No auge de sua ocupação máxima, cerca de 100.000 turistas chegam a pernoitar nela, além das ofertas de milhares de visitantes que apenas passam o dia. Isso representa um desequilíbrio em relação aos 50.000 habitantes da cidade, que não para de perder população.

“Seguimos em um turismo de massa, não um turismo sustentável, e tudo isso em detrimento da população. Veneza não deve se transformar em um museu a céu aberto”, explicou em julho à AFP um diplomata da Unesco.

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