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Venezuela divulga suposta carta de opositor em que diz "acatar" decisão a favor de Maduro

O texto tem duas páginas e não é assinado

O presidente venezuelano Nicolás MaduroO presidente venezuelano Nicolás Maduro - Foto: Marcelo Garcia / Presidência venezuelana / AFP

O governo da Venezuela divulgou, nesta quarta-feira (18), uma suposta carta do candidato opositor Edmundo González Urrutia, informando às autoridades sua decisão de pedir asilo na Espanha e dizendo "acatar" a sentença judicial que confirmou a reeleição do presidente Nicolás Maduro.

O texto - datado de 7 de setembro e dirigido ao chefe do Parlamento, Jorge Rodríguez - foi compartilhado pelo ministério da Comunicação em um grupo do  Telegram. Tem duas páginas e não é assinado.

A defesa do opositor desmentiu no passado qualquer reconhecimento à proclamação da reeleição de Maduro pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), confirmada em seguida pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). As duas instituições são acusadas de servir ao chefe de Estado.

"Sempre estive e continuarei disposto a reconhecer e acatar as decisões adotadas pelos órgãos da justiça no âmbito da Constituição, incluindo a precipitada sentença da Sala Eleitoral (do TSJ), que embora não compartilhe, acato por se tratar de uma resolução do máximo tribunal da República", apontou a suposta carta, destacando um compromisso "de confidencialidade" entre as partes.

A oposição venezuelana, liderada por María Corina Machado, denunciou fraude nas eleições que deram a Maduro um terceiro mandato de seis anos (2025-2031) e reivindica a vitória de González.

O opositor passou um mês na clandestinidade antes de pedir asilo na Espanha, após ser alvo de uma ordem de prisão.

Ele chegou a Madri em 8 de setembro.

Segundo a carta divulgada pelo governo, González expressou na ocasião sua intenção de deixar a Venezuela "a fim de que se consolide a pacificação e o diálogo político" e se comprometeu a exercer uma atividade pública "limitada".

"Com o propósito de contribuir para alcançar esse clima de convivência e tranquilidade que todos almejamos, guardarei a devida prudência, moderação e respeito no meu agir no âmbito público", diz o texto. "Não pretendo, em nenhum caso, exercer representação formal ou informal alguma dos poderes públicos", assinalou.

Após sua chegada à Espanha, o opositor disse que continuaria na "luta" pela "recuperação da democracia na Venezuela", embora depois tenha moderado o tom, pedindo diálogo.

Seu advogado, José Vicente Haro, não respondeu a um pedido de comentário da AFP.

Há dez dias, Haro disse à CNN que González "não assinou documento nenhum mediante o qual faça um reconhecimento dos resultados eleitorais".

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