Venezuela fecha fronteiras terrestres e barra entrada de avião com ex-presidentes do Panamá e México
Medida ocorre em meio a preocupação de países da região com a condução do processo eleitoral venezuelano
A Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) da Venezuela anunciou nesta sexta-feira o fechamento das fronteiras para o deslocamento de pessoas e veículos.
A medida, segundo o comunicado, ocorre por ocasião das eleições presidenciais de domingo.
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Após o anúncio, o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, denunciou que um avião que transportava ex-presidentes não foi autorizado a decolar no Aeroporto Internacional de Tocumen para acompanhar o processo eleitoral venezuelano.
Segundo publicado pelo El País, na aeronave estavam a ex-presidente do Panamá Mireya Moscoso (1999-2004) e o ex-presidente do México Vicente Fox (2000-2006), além de outros antigos chefes de Estado.
A medida ocorre em meio a preocupação do governo do Brasil e de outros países da região com a condução do processo eleitoral na Venezuela – e após a administração do líder venezuelano, Nicolás Maduro, impedir a participação de diversos candidatos da oposição no pleito.
Na quinta-feira da semana passada, uma resolução emitida pelos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores venezuelano indicava o estabelecimento de um “controle rigoroso” do “deslocamento fronteiriço de pessoas, tanto por via terrestre quanto pelas vias aérea e marítima, assim como da passagem de pessoas”.
O documento, no entanto, não fazia referência a nenhum tipo de fechamento.
De acordo com Domingo Hernández Lárez, o comandante estratégico operacional da FANB, a medida começou a ser aplicada às 00h01 no horário local (01h01 em Brasília) e se estenderá até 8h da próxima segunda-feira – ainda que a resolução conjunta dos ministérios tenha indicado que seria até 23h59 do dia 29.
Segundo Hernández, a medida busca “resguardar a inviolabilidade das fronteiras e prevenir atividades de pessoas que possam representar ameaças à segurança” do país.
“Os órgãos de segurança e apoio têm o dever de implementar as medidas especiais que proporcionem a devida proteção às cidadãs e cidadãos para garantir seu direito de participar na eleição presidencial no próximo dia 28 de julho”, escreveu o comandante.