Venezuela: María Corina adverte sobre "onda migratória" caso Maduro se agarre no poder
Em entrevista coletiva a veículos mexicanos, a oposicionista destacou ainda o papel do México na resolução da questão venezuelana e da responsabilidade dele para com a América Latina
A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, advertiu nesta quinta-feira sobre uma "onda migratória" nunca vista antes no país caso o presidente Nicolás Maduro continue no poder.
Em entrevista coletiva virtual a veículos de imprensa mexicanos, a oposicionista mencionou o suposto movimento forçado dos venezuelanos ao abordar o papel do México na resolução da crise venezuelana e pedir para que o país não deixasse de pressionar o governo Maduro.
Leia também
• Venezuela: Senado aprova convocação de Amorim e convite para Vieira explicarem posição do Brasil
• Aliados de María Corina e González cobram atas eleitorais em audiência na Suprema Corte da Venezuela
• Quatro jornalistas presos após as eleições na Venezuela são acusados de terrorismo
O México atua ao lado do governo do Brasil e da Colômbia como mediador da tensão que se instalou no país após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciar a reeleição de Maduro e proclamá-lo presidente apesar do resultado ter sido contestado pela oposição e boa parte da comunidade internacional.
A líder oposicionista disse esperar que o governo mexicano "compreenda a enorme responsabilidade não só para com a Venezuela, [como] para com a região".
— O México tem um papel muito importante, porque tem um canal de comunicação com o regime — garantiu Corina Machado, acrescentando: — Digo a [Andrés Manuel López Obrador] AMLO que se Maduro decidir agarrar-se pela força, por meios duros (ao poder), poderemos ver uma onda de migração como nunca vimos: três, quatro, cinco milhões de venezuelanos em muito pouco tempo
Corina Machado afirmou que uma resolução pacífica "é do interesse de todos os países da região" e que, embora ainda não tenha feito comunicação com o governo de AMLO, está "aberta" para que intercedam em uma possível transição.
Na entrevista coletiva, a oposicionista detalhou os passos que poderiam seguir, sendo o primeiro deles o "reconhecimento dos resultados", seguido por uma negociação para a transição onde "o povo" esteja representado.
— Vamos oferecer garantias e salvaguardas — prometeu a líder da oposição.
A líder oposicionista também voltou a insistir que o candidato da oposição e ex-diplomata Edmundo González Urrutia foi o verdadeiro vencedor das eleições do último dia 28 com 67% contra 30% de Maduro.
Corina Machado afirma que a oposição tem mais de 83,5% das atas da votação que atestam a vitória acachapante. Destacou que "mesmo que Maduro obtivesse 100% [dos votos]" nas atas que a oposição não têm "ele nunca chegaria perto" da vitória.
— Nós, venezuelanos, vamos continuar firmes, vamos nos cuidar porque a repressão é brutal, mas não vamos desistir — afirmou.