Venezuela

Venezuela: Panamá retira diplomatas em Caracas e põe relações bilaterais "em suspenso"

Dois países foram os primeiros a tomar medidas práticas após a questionada reeleição de Nicolás Maduro

Presidente da Venezuela e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, em comício de campanha Presidente da Venezuela e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, em comício de campanha  - Foto: Yuri Cortez/AFP

O Panamá e o Peru foram os dois primeiros países a tomarem medidas práticas após a questionada reeleição de Nicolás Maduro, com o primeiro retirando diplomatas em Caracas e o segundo convocando o embaixador peruano na Venezuela para consultas.

O órgão eleitoral venezuelano proclamou o presidente como vencedor das eleições deste domingo para um terceiro mandato consecutivo de seis anos, em meio a denúncias de fraude.

A oposição, por sua vez, reivindicou a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia.

— O governo do Panamá anuncia a retirada do corpo diplomático da Venezuela e coloca em suspenso as relações diplomáticas enquanto não for realizada uma revisão completa das atas e do sistema de informática do escrutínio da votação que permitam conhecer a genuína vontade popular — disse Mulino em coletiva de imprensa. — Por respeito à História do Panamá, por respeito aos milhares de venezuelanos que escolheram nosso país para viver e por respeito às minhas convicções democráticas, não posso permitir que meu silêncio se torne cumplicidade.

Com 80% dos votos apurados, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo chavismo, declarou Maduro vencedor com 51,2% dos votos, contra 44,2% de González Urrutia.

Segundo Mulino, "os regimes que não respeitem os direitos humanos e violem liberdades não merecem reconhecimento diplomático".

Ambos os países não têm embaixadores, mantendo apenas encarregados de negócios para relações bilaterais.

O presidente panamenho criticou o fato de que "apenas 0,13% dos (venezuelanos) residentes no exterior foram habilitados para votar", denunciando também "uma demora extensa no processo de contagem, a privação de acesso aos dados para os setores opositores e a falta de observadores internacionais imparciais como há em todos os países democráticos do continente".

Mulino, um líder de direita, anunciou ainda que pedirá uma reunião urgente dos ministros das Relações Exteriores da Organização dos Estados Americanos (OEA) para avaliar a situação. Outros países latino-americanos também anunciaram que vão recorrer à OEA para discutir a situação na Venezuela.

Mulino também descreveu o governo de Maduro como um "regime ditatorial".

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