Acordo

Venezuela se diz esperançosa após reunião com UE e presidentes da América do Sul

Chanceler Yván Gil disse que acredita em um acordo que elimine as sanções contra o seu país para reativar as congeladas negociações políticas

Nicolás MaduroNicolás Maduro - Foto: Yuri Cortez/AFP

O chanceler da Venezuela, Yván Gil, disse, nesta quarta-feira (19), ter "esperança" em fazer "avançar um acordo" que elimine as sanções contra o seu país para reativar as congeladas negociações políticas, após uma reunião, em Bruxelas, entre representantes do governo e da oposição e os presidentes de França, Argentina, Brasil e Colômbia.

"Vimos como unanimemente, incluindo a União Europeia, incluindo países como França, Brasil, Colômbia, Argentina, eles pediram para avançar em um esquema que elimine, suspenda as sanções e, a partir daí, comece a trabalhar na retomada do diálogo político entre os venezuelanos", disse Gil em entrevista por telefone à televisão estatal.

"Nos dá um pouco de esperança porque temos visto que o nosso discurso de condenação às sanções [...] tem ganhado mais espaço", disse o ministro das Relações Exteriores da Venezuela.

Gil referiu-se a uma reunião realizada na noite da última segunda-feira em Bruxelas, na qual participaram representantes do governo venezuelano e da oposição e os presidentes de França, Emmanuel Macron; Argentina, Alberto Fernández; Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; e Colômbia, Gustavo Petro; além do chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell.

A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, e o principal negociador da oposição, Gerardo Blyde, estiveram no encontro paralelo à cúpula da UE e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

"Avançar" para "realizar eleições de forma inclusiva, eleições livres que possam ser reconhecidas pela comunidade internacional" foi o ponto central do encontro, segundo Borrell.

A reunião faz parte dos novos esforços para tentar relançar o diálogo político iniciado no México sobre a crise venezuelana, paralisado desde novembro do ano passado, aguardando o desembolso de cerca de 3 bilhões de dólares (R$ 15 bilhões) congelados pelos Estados Unidos que seriam destinados a projetos sociais.

"Devemos dizer que a primeira coisa que ficou clara foi o efeito pernicioso das sanções", disse Gil.

No entanto, as sanções são a principal moeda de troca da oposição para pressionar por condições eleitorais com vistas às eleições presidenciais de 2024, incluindo a suspensão de inabilitações políticas impostas a adversários que se candidatem.

Na terça-feira, a oposição reiterou que os "presos políticos" também devem ser libertados e que deve haver um "acordo social" para enfrentar a crise econômica pela qual o país se arrasta há anos.

O governo venezuelano, no entanto, pede a suspensão de "todas as sanções" para retomar as negociações.

"Eles passam o tempo todo falando sobre eleições livres e justas e a Venezuela foi submetida a um cerco brutal", afirmou, nesta quarta-feira, o negociador-chefe do governo de Nicolás Maduro e presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez.

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