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PARALISAÇÃO

Médicos veterinários residentes da UFRPE decretam estado de greve por falta de insumos

Profissionais devem fazer protesto, nesta quinta (16)

Grupo de residentes é composto por 33 pessoasGrupo de residentes é composto por 33 pessoas - Foto: Rafael Melo/Folha de Pernambuco

Os médicos residentes do Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural de Pernambuco (HUV/UFRPE), em Dois Irmãos, Zona Norte do Recife, decretaram estado de greve nesta quarta-feira (15).

Eles reclamam de falta de repasse de verba à instituição, o que tem causado escassez de insumos básicos para o tratamento com os animais, fármacos e equipamentos de proteção individual.

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O grupo de residentes é composto por 33 pessoas, das quais 18 trabalham internamente no hospital da instituição e as outras 15 atuam na saúde coletiva.

A remuneração deles, provida pelo Ministério da Educação (MEC), é de R$ 4.100, mas, por causa dos descontos, chega a R$ 3.600. Transporte e alimentação ficam por conta dos residentes que, em alguns casos, precisam tirar do próprio bolso os recursos para a compra de materiais.

“Acaba que, por precisarmos tirar do nosso bolso uma parte do dinheiro, fica um desfalque muito grande, porque nós também precisamos comprar o nosso material particular”, disse a residente em anestesiologia veterinária, Rebeca Paes Barreto.

Rebeca Paes Barreto é residente do HUV/UFRPE | Foto: Rafael Melo/Folha de Pernambuco

De acordo com os residentes da UFRPE, os materiais que compõem a lista de faltas são: luvas, seringas, fios de sutura e medicamentos específicos.

“Os atendimentos no Hospital Veterinário são de caráter público, destinado a pessoas de baixa renda que dependem do nosso serviço. Porém, para que a gente continue ofertando esse trabalho, precisamos pedir doações aos tutores. Esses donativos viabilizam a realização de procedimentos cirúrgicos e anestésicos”, frisa Rebeca.

Sem energia e nem gerador
Componente importante para a realização de tratamentos desde os básicos aos mais específicos, a energia elétrica da universidade tem sofrido quedas repetitivas. Um aparelho de raio-x, inclusive, explodiu durante os apagões de maio de 2024.

“O aparelho ficou inutilizável. Muitas vezes, a energia cai, justamente quando estamos no meio de algum procedimento cirúrgico ou anestésico. E se for uma cirurgia, teria que ser feita às cegas e sem o monitoramento adequado? Prejudica o nosso conhecimento e a saúde dos animais”, questiona ela.

O grupo afirmou que já participou de reuniões com a diretoria, a coordenação e a reitoria. Mas, até o momento, nenhuma demanda foi atendida.

“Outra questão é o estacionamento das obras do setor de diagnóstico por imagem que estão paradas há mais de um ano. Somos o único hospital veterinário do Nordeste que conta com um tomógrafo, porém o mesmo jamais foi ligado. As oscilações de energia elétrica são constantes, e o hospital não conta com gerador”, desabafa Rebeca.

Protesto marcado
Nesta quinta-feira (16), às 11h, os residentes sairão em marcha em direção à reitoria, para que seja feita uma nova reunião.

“Estamos tendo apoio forte da comunidade, que também é atendida por esse trabalho nosso. Contamos com o apoio de todos os residentes aqui presentes”, finalizou Rebeca Paes Barreto. 

Com a palavra, a UFRPE
Por meio de nota, a instituição de ensino disse que expressa reconhecimento e apoio às discussões do movimento grevista dos residentes, que fazem parte do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde, ligado ao MEC. 

Quanto às obras para adequação do Setor de Imagem, a instituição promete que elas serão retomadas em breve, e que os setores competentes estão finalizando os trâmites legais com a empresa responsável para que a obra seja concluída. 

"A UFRPE reitera que a falta de insumos básicos é pontual e existe um processo tramitando para aquisição de mais de 241 itens variados. Um processo licitatório desta complexidade demanda fornecedores especializados e isto pode, de forma eventual, causar algum tipo de atraso", ressalta a universidade.

Sobre a manutenção de equipamentos essenciais, a UFRPE informou, ainda, que está trabalhando para manter o HVU em funcionamento constante e, para tanto, realizou a compra de uma autoclave moderna, que é utilizada para esterilizar materiais, e fez recentemente manutenção de microscópios. A UFRPE destaca o esforço coletivo para contratação de empresas que realizem as manutenções em tempo hábil, prezando pela continuidade do serviço prestado.

"Por fim, a Administração Superior da UFRPE reitera seu compromisso com o serviço de fundamental importância do HVU e está empenhada em fornecer a trabalhadores e usuários a melhor estrutura possível dentro da atual realidade orçamentária deficitária vivida pela instituição, trabalhando para que todas as questões sejam sanadas", finaliza o comunicado.

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