Peru

Vice-presidente do Peru nega que vai renunciar por causa de denúncia no Congresso

Dina Boluarte é acusa de ocupar cargo em entidade privada ao mesmo tempo em que é funcionária pública, uma inflação à lei peruana

Vice-presidente do Peru, Dina BoluarteVice-presidente do Peru, Dina Boluarte - Foto: Reprodução Twitter

A vice-presidente do Peru, Dina Boluarte, negou nesta terça-feira (31) que vai renunciar devido a uma suposta infração constitucional que o Congresso avalia para destituí-la, uma medida que enfraqueceria o já frágil governo do presidente Pedro Castillo.

Boluarte, também ministra do Desenvolvimento e Inclusão Social, foi denunciada perante o Congresso pela promotoria peruana por ocupar um cargo em uma entidade privada ao mesmo tempo que é funcionário pública, o que é proibido pela lei peruana.

"Aqui não há renúncia, nenhum ato dessa natureza, estou calma e serena", disse Boluarte à imprensa, afirmando posteriormente que esta denúncia é uma manobra política para derrubar o governo de esquerda de Castillo.

Segundo a vice-presidente, este caso "tem sido o pretexto perfeito para que os senhores da direita pressionem pela destituição [de Castillo] e continuem atacando o presidente".

Ao mesmo tempo, dois parlamentares da oposição denunciaram Boluarte pelo mesmo caso.

"No governo sabemos que desde o primeiro momento em que vencemos as eleições, em 6 de junho de 2021, todas as vozes estiveram por trás do impeachment" de Castillo, disse Boluarte.

A promotoria afirma que Boluarte assinou documentos como presidente do Clube Departamental Apurímac quando já fazia parte do governo.

Boluarte, advogada de 60 anos, é de Apurímac, região do sudeste do Peru. O Clube é formado por moradores dessa região que residem em Lima.

O Congresso, controlado pela oposição de direita, pode impedi-la de ocupar cargos públicos por 10 anos se acatar a denúncia, algo que parece possível dada a polarização que o Peru vive desde que Castillo assumiu a presidência há 10 meses.

Boluarte admitiu que assinou os documentos, mas alega uma série de razões burocráticas para isso.

A destituição de Boluarte abriria caminho para o Congresso retomar seus planos de impeachment de Castillo.

Boluarte "poderia enfrentar um processo constitucional e ser desqualificada, mas apenas para o cargo de ministra. Se a desqualificarem como vice-presidente, seria uma manobra para deixar um vácuo", afirmou o jurista Omar Cairo, citado pelo jornal La República.

A Constituição prevê que, na ausência de um vice-presidente, o chefe do Congresso deve suceder o presidente se este deixar o cargo antes do fim do mandato.

A atual chefe do Parlamento é María del Carmen Alva, da oposição.

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