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Vice-presidente do Peru se diz disposta a terminar mandato em caso de impeachment de Pedro Castillo

Presidente peruano superou duas tentativas de destituição e enfrenta acusações políticas e fiscais

Vice-presidente peruana, Dina BoluarteVice-presidente peruana, Dina Boluarte - Foto: Reprodução/Twitter

A vice-presidente peruana, Dina Boluarte, afirmou, nesta sexta-feira (22), que está disposta a assumir a presidência do país caso Pedro Castillo, investigado por corrupção pelo Ministério Público e isolado politicamente no Congresso, sofra o impeachment.

"Há um mandato que o povo nos concedeu, governar por cinco anos, e essa é a única agenda que temos. Trabalhar nesses quatro anos que restam (do período constitucional) pelos mais vulneráveis, os mais necessitados", afirmou Boluarte ao ser questionada sobre a possibilidade de assumir a presidência, durante uma coletiva com a imprensa estrangeira credenciada no Peru.

Pedro Castillo já superou duas tentativas de destituição no Congresso, mas enfrenta uma tempestade de acusações políticas e fiscais. O MP investiga cinco acusações de corrupção, tráfico de influência e obstrução da justiça em benefício de seu círculo interno de colaboradores.

Boluarte afirmou que em várias ocasiões Castillo negou pessoalmente ter cometido qualquer ato de corrupção.

Sobre a atuação do Ministério Público, a vice-presidente disse que "as investigações que estão ali, que ocorrem dentro do quadro legal, dentro das competências autônomas que as instituições têm, serão respeitadas por nós".

Em dezembro de 2021, Boluarte havia declarado, enquanto Castillo enfrentava uma segunda tentativa de impeachment no Parlamento, que renunciaria ao cargo, rejeitando assim uma sucessão por mandato constitucional.

No entanto, a própria Boluarte, que atua também como ministra de Desenvolvimento e Inclusão Social, enfrenta possível destituição do cargo após a publicação de um relatório parlamentar acusando-a de supostas irregularidades administrativas. O documento recomenda que ela fique impossibilitada de exercer cargos públicos por anos.

No caso de sua eventual sanção e remoção, o líder do Congresso é o próximo na linha de sucessão de Castillo.

A este respeito, Boluarte afirmou que existe uma corrente "de uma minoria no Congresso bastante rápida em querer me desabilitar de maneira expressa (...) É muito fácil deduzir que a intenção não é fazer justiça, mas sim política".

A vice-presidente acrescentou que "não nos aceitam, não nos aceitaram, não nos querem e farão todo o possível para derrubar este governo do presidente Pedro Castillo".

Castillo, um ex-professor de escola rural, venceu as eleições presidenciais em julho de 2021 por uma margem estreita sobre a direitista Keiko Fujimori.

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