Violência deixa 72 civis mortos em quase dois meses no Sudão do Sul
Investigadores da UNMISS também registraram 64 casos de violência sexual
Ao menos 72 civis foram assassinados, alguns decapitados e outros queimados vivos, em um período de sete semanas em uma localidade do Sudão do Sul, país afetado pela violência étnica, informou nesta segunda-feira (25) a ONU.
"Um total de 72 civis morreram e ao menos 11 ficaram feridos na localidade de Leer", no estado de Unidade, norte do país, afirmou a Missão das Nações Unidas para Sudão do Sul (UNMISS), em um comunicado.
"A UNMISS condena energicamente a violência sexual generalizada, os assassinatos, incluindo as decapitações, a queima de civis vivos e ataques a trabalhadores humanitários".
O derramamento de sangue, entre 17 de fevereiro e 7 de abril, forçou quase 40 mil pessoas a deixar suas casas, segundo os investigadores da UNMISS, que registraram 64 casos de violência sexual.
Leia também
• ONU diz que 9 milhões de pessoas precisarão de ajuda no Sudão do Sul
• Mais de 14 mil civis fogem do Sudão do Sul por escalada da violência
• Polícia usa gás lacrimogêneo contra manifestantes antigolpistas no Sudão
O país mais jovem do mundo (quase 11 milhões de habitantes) vive um instabilidade política, econômica e de segurança desde sua independência do Sudão em 2011, incluindo uma guerra civil entre 2013 e 2018 que custou as vidas de quase 400 mil pessoas e provocou quatro milhões de deslocados.
Quase nove milhões de pessoas, mais da metade delas crianças, precisarão de ajuda para sobreviver este ano, segundo a ONU.