Saúde

Vitamina A: o que é, para que serve, onde encontrar e sintomas da deficiência

Nutriente é essencial para diversos mecanismos no corpo, e sua falta está associada à maior mortalidade infantil e risco de cegueira

Alimentos Vitamina AAlimentos Vitamina A - Foto: Freepik

A vitamina A é um micronutriente encontrado em fontes animais e vegetais, além de em formato de suplementação. Ela é indispensável para o bom funcionamento do organismo, sendo associada à saúde ocular, à atividade do sistema imunológico e à renovação das células do corpo. Sua deficiência, quadro que afeta cerca de 6% dos brasileiros segundo o Ministério da Saúde, pode levar a graves problemas de saúde, aumentando até mesmo o risco para cegueira.

O que é vitamina A e para que serve?
A vitamina A é um micronutriente necessário para o funcionamento dos fotorreceptores, células nervosas sensíveis à luz que estão presentes na retina do olho e são responsáveis pela visão. Por isso, sua ingestão está diretamente associada a uma boa saúde dos olhos, e sua deficiência se manifesta geralmente com problemas na capacidade de enxergar.

Mas a vitamina A também é importante para diversos outros mecanismos do corpo. Segundo a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o composto estimula a produção e a atividade de células brancas, que fazem parte do sistema imunológico, contribui para a saúde da pele e dos tecidos que revestem superfícies internas do corpo e atua no crescimento e desenvolvimento das células do corpo de um modo geral.

O Conselho Europeu de Informação sobre Alimentos (EUFIC, da sigla em inglês) destaca ainda que essa última função é especialmente importante para a reprodução humana, pois ajuda no desenvolvimento do embrião. Por isso, gestantes devem estar ainda mais atentas ao consumo de alimentos ricos no nutriente.

Qual a melhor fonte de vitamina A?
A vitamina A pode ser encontrada e ingerida de duas formas:

Como retinol, que é a versão ativa da vitamina A encontrada em alimentos de origem animal, como carnes e leite;

Como carotenoides, que são pigmentos responsáveis por deixar vegetais vermelhos, amarelos e laranjas. São substâncias convertidas em vitamina A pelo corpo no intestino, entre elas o conhecido beta-caroteno.

De acordo com o EUFIC, o organismo absorve melhor a vitamina A de origem animal do que a de origem vegetal. Nesse contexto, as carnes com maiores concentrações do nutriente são os órgãos, em destaque o fígado da vaca.

Quais os alimentos ricos em vitamina A?
Os alimentos de origem animal ricos em vitamina A são:

Carne (especialmente órgãos como fígado);

Manteiga;

Margarina enriquecida com retinol;

Produtos lácteos;

Óleos de peixe;

Leite;

Ovos.

Alimentos de origem vegetal ricos em vitamina A são:

Vegetais de folhas verdes (como couve, espinafre e brócolis);

Vegetais de cor laranja e amarela (cenouras, batata-doce, abóbora e outras variedades de abóbora);

Mamão;

Manga;

Melão;

Tomate.

Qual é a fruta mais rica em vitamina A?
Entre as frutas ricas em vitamina A, destacam-se o mamão, a manga e o melão como boas fontes do nutriente.

Quais os riscos da falta da vitamina A?
O consumo recomendado de vitamina A para adultos saudáveis é entre 650 mcg e 750 mcg por dia em forma de retinol, o equivalente a 7.800 mcg a 9.000 mcg de carotenoides (7,8 mg a 9 mg) ou 3.900 mcg a 4.500 mcg de beta-caroteno (3,9 mg a 4,5 mg). Gestantes e mulheres amamentando podem precisar de valores mais altos orientados pelo médico.

A deficiência de vitamina A é um problema que afeta principalmente os países em desenvolvimento por não conseguirem suprir as necessidades por meio da alimentação. No Brasil, o Ministério da Saúde conduz o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, que busca reduzir o quadro em populações infantis mais suscetíveis ao déficit nutricional – o que já foi associado ao aumento da mortalidade de bebês.

O que causa a deficiência de vitamina A?
Além de não consumir suficientemente a vitamina, a deficiência pode ser causada por outras questões de saúde que estejam afetando a capacidade do intestino de absorver os nutrientes, como doença de Crohn, doença celíaca, cirrose, alcoolismo, entre outros.

O que a deficiência de vitamina A pode provocar?
Devido à importância da vitamina A em tantos mecanismos do organismo, a sua falta pode ocasionar uma série de problemas. Entre eles, danos no funcionamento normal da visão, na imunidade, na reprodução e na pele. Os impactos são piores em caso de deficiência também de ferro e nos mais novos. A falta da vitamina A na mãe durante a gravidez, por exemplo, eleva o risco de defeitos congênitos no bebê.

Em casos mais graves, a deficiência de vitamina A pode levar a uma doença chamada xeroftalmia, caracterizada por cegueira noturna, ressecamento severo dos olhos e manchas brancas nos olhos. Se não for tratada, pode avançar e levar a um caso de cegueira total.

Quais os sintomas da falta da vitamina A?

Alguns sinais que podem acender alerta sobre a falta de vitamina A são:

Ressecamento severo dos olhos;

Não conseguir enxergar em locais com baixa luminosidade ou à noite;

Manchas irregulares na parte branca dos olhos;

Pele seca e escamosa;

Cabelo seco;

Nas crianças, crescimento mais lento;

Infecções recorrentes.

Muita vitamina A faz mal?
Para adultos saudáveis, não há indicação de suplementação da vitamina A. A prática é apenas orientada em caso de deficiência comprovada. Isso porque o excesso do nutriente também traz riscos à saúde, podendo levar a um quadro de hipervitaminose. Em gestantes, esse excesso aumenta o risco de defeitos no feto.

Alguns sintomas do excesso de vitamina A são:

Dor de cabeça intensa;

Visão turva;

Náusea;

Problemas de pele;

Tontura;

Dores ósseas;

Dores musculares;

Problemas de coordenação;

Em casos mais raros, porém graves, aumento da pressão do fluido cerebrospinal, resultando em sonolência, coma e até mesmo morte.

Fontes: Ministério da Saúde; Hospital Sabará; Conselho Europeu de Informação sobre Alimentos (EUFIC, da sigla em inglês); Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) e Universidade de Harvard.

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