Vítima de anestesista preso por estupro vai passar por atendimento psicológico, determina Justiça
O juiz Luís Gustavo Vasques, da 2ª Vara Criminal de São João de Meriti, ainda pediu que peritos confeccionem um laudo sobre o estado da mulher
A vítima de estupro cometido pelo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, no último dia 10, no Hospital estadual da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, passará por atendimento psicológico conduzido pela equipe técnica do Juizado Especial de Violência contra a Mulher, na Comarca de São João de Meriti.
O crime foi gravado pela equipe de enfermagem. A determinação é do juiz Luís Gustavo Vasques, da 2ª Vara Criminal do município. Além disso, por determinação do magistrado, os peritos deverão elaborar um laudo sobre o estado dela para a Justiça.
A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti finaliza o inquérito de estupro de vulnerável contra o profissional que deverá ser entregue ao Ministério Público do Rio nesta terça-feira (19).
Leia também
• "Eu quase não conheci o meu filho", diz primeira mulher atendida por anestesista no dia do crime
• Investigação no Cremerj sobre anestesista preso por estupro pode ter tempo reduzido à metade
• "Minha primeira reação foi um choque total", diz delegada que prendeu anestesista na Baixada
Na última semana, a delegada Bárbara Lomba Bueno, titular da especializada, chegou a afirmar que a mulher estava “muito indignada, revoltada e chateada” com tudo o que aconteceu. Familiares da vítima e psicólogos foram os responsáveis por informá-la sobre o crime, que aconteceu após o parto, na mesa de cirurgia da unidade. Na sexta-feira (14), ela prestou depoimento, junto com o marido.
Bezerra já foi denunciado pelo MP e virou réu na Justiça por estupro de vulnerável. A Deam de São João de Meriti investiga outros crimes que teriam sido praticados pelo anestesista em outras unidades de saúde. Os investigadores acreditam que ao menos 50 parturientes foram vítimas do médico. A delegada disse que "pela repetição das ações criminosas podemos dizer, por que não, que ele é um criminoso em série".
O Globo não conseguiu localizar a defesa do médico, que segue preso na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, no Complexo de Gericinó.