poliomielite

Vítima de pólio vive dentro de pulmão de aço há 70 anos e viraliza no TikTok

Pessoa que está há mais tempo dentro do aparelho no mundo, Paul Alexander se formou em advocacia e escreveu um livro sobre sua história

Vítima de pólio vive dentro de pulmão de aço há 70 anos e viraliza no TikTokVítima de pólio vive dentro de pulmão de aço há 70 anos e viraliza no TikTok - Foto: Reprodução / Youtube

Com 77 anos, Paul Alexander é o paciente que vive há mais tempo em um pulmão de aço, também chamado de pulmão de ferro, segundo o Guinness World Records. Vítima de uma paralisia dos músculos do peito decorrente da poliomielite, Paul precisou ser colocado no aparelho ainda em 1952, quando tinha apenas 6 anos de idade.

Agora, com o perfil “ironlungman” (homem pulmão de aço”), o morador de Dallas, nos Estados Unidos, viraliza no TikTok com vídeos sobre como foi crescer dentro da máquina e a sua rotina hoje em dia. Na primeira postagem, que conta com mais de 25 milhões de visualizações, Paul falou que, embora viva há mais de 70 anos no aparelho, fez faculdade, escreveu um livro e tem sonhos como qualquer outra pessoa.

"Em 1952, durante uma epidemia de poliomielite, contraí a doença e estou paralisado desde então. E vivo num pulmão de aço porque não consigo respirar sozinho. Fui para a escola com o meu pulmão de aço, agora sou advogado, exerci a advocacia durante 30 anos, escrevi um livro e o divulguei ao mundo sobre mim e a minha poliomielite, e milhões de pessoas sabem o meu nome hoje. Tenho objetivos e sonhos de fazer mais algumas coisas (...)" disse.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Na publicação, ele passa uma mensagem ainda para todas as crianças que não se vacinaram contra a doença: "Quero falar ao mundo sobre a poliomielite e sobre as milhões de crianças que não estão protegidas contra a poliomielite, que precisam ser protegidas antes que haja outra epidemia".

O que é um pulmão de aço?
De acordo com informações do Museu da Ciência, no Reino Unido, o pulmão de aço é uma enorme caixa de metal desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que se tornou necessária quando a pólio começou a atingir proporções epidêmicas nos anos 1900, chegando ao pico de 57,6 mil casos em apenas um ano nos EUA, em 1952.

Isso porque uma das consequências graves da infecção pelo vírus, que na época não podia ser prevenida com a vacina, é a paralisia muscular. Quando essa paralisia atingia os músculos do peito, o paciente passava a não conseguir mais respirar, o que o levava à morte.

Para salvar o paciente, o pulmão de aço foi desenvolvido: uma câmara hermética em que o paciente fica deitado apenas com a cabeça para fora. A máquina bombeia o ar para dentro e para fora, fazendo com que a pessoa respire por meio de um método de respiração artificial denominado Ventilação Externa com Pressão Negativa (ENPV).

Isso é possível porque, conforme a máquina suga o ar para fora, e a pressão dentro da caixa cai, e os pulmões do paciente se expandem automaticamente, puxando o ar de fora pelo diafragma. Já quando o aparelho permite a entrada do ar de volta na câmara, a mudança na pressão comprime o pulmão, levando-o a se esvaziar.

Um dos maiores problemas, porém, é o tédio. O pulmão de aço conta com um espelho em cima da cabeça do paciente para que ele consiga ver o que está ao redor. A boa notícia é que a maioria dos pacientes só usou o aparelho durante algumas semanas ou meses, dependendo da gravidade da paralisia.

Mas há alguns que, como Paul, ficaram com os músculos do peito permanentemente paralisados enfrentando uma vida inteira de confinamento. O americano conta no TikTok que consegue sair temporariamente da máquina por apenas dois a três minutos com uma técnica chamada de “respiração de sapo”, que envolve engolir o ar usando os músculos da garganta para forçá-lo para os pulmões.

Os pesquisadores imaginam que ele seja a última pessoa no país ainda vivendo num pulmão de ferro. Em 1939, os EUA chegaram a ter cerca de mil pacientes nos aparelhos. Porém, o desenvolvimento de uma vacina eficaz contra a pólio, que levou a doença a ser erradicada de diversos países, e o avanço de sistemas de ventilação mecânica levaram ao fim do uso nas últimas décadas.

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